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Capítulo 39: XXXIX

Página 295

- Espere, espere - exclamou a Sr.ª Teresa ofendida - isso que quer dizer?

- Não posso estar a taramelar das vidas alheias, que tenho a olhar por a minha.

E saiu.

Não lhe ficaram fazendo muito boas ausências as mulheres, que se conservaram na loja.

A beata sobretudo espalhou todo o seu fel em palavras acerbas, apesar da costumada doçura de pronúncia, com que lhe saíam dos lábios.

Afinal retirou-se também da loja para ir contar a outra parte o escândalo da noite passada, já mais ampliado talvez.

Dentro em pouco, não se falava em outra coisa na aldeia. Cada imaginação se encarregava de variar o boato...

Houve quem desse Daniel quase morto e o irmão fugido; outros que pelo contrário ungiam Pedro e desterravam Daniel.

De Margarida dizia-se que tinha querido sacrificar a irmã e que esta a punha fora de casa, deixando-a assim a pedir esmola: e mil outras variantes, que o leitor pode conjecturar.

- Este rapaz não acaba bem. Ora verão - concluiu, no fim de tudo isto, o Sr. João da Esquina.

A Sr.ª Teresa apenas observou:

- Mas como lhe deu para olhar para aquela rapariga? Vejam as grandes bonitezas!

A menina Francisca, inclinada sobre o mostrador da loja, escrevia nele distraidamente, com um gancho do cabelo, diferentes palavras sem nexo, e no fim suspirou.

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Capa do livro As Pupilas do Senhor Reitor
Páginas: 332
Página atual: 295

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
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II 6
III 12
IV 16
V 25
VI 31
VII 35
VIII 43
IX 52
X 59
XI 65
XII 74
XIII 81
XIV 88
XV 95
XVI 102
XVII 109
XVIII 119
XIX 127
XX 134
XXI 139
XXII 147
XXIII 153
XXIV 161
XXV 170
XXVI 179
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XXVIII 192
XXIX 198
XXX 212
XXXI 219
XXXII 225
XXXIII 232
XXXIV 240
XXXV 247
XXXVI 256
XXXVII 261
XXXVIII 271
XXXIX 280
XL 296
XLI 306
XLII 316