Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 11: CAPÍTULO 11

Página 93
com uma indiferença e frieza estranháveis A que se podia também atribuir esse esvaimento de um amor que se dizia tão ardente e inextinguível?

Seria a decadência da formosura da jovem, aquele desleixo no vestuário, o desapego, enfim, de tudo o que pudesse fazer sobressair a sua beleza?

Fosse qual fosse o motivo, o que é certo é que Fernando já a não amava com aquele ardor de outrora e parecia até começar a sentir por ela um tédio que dentro em pouco redundaria provavelmente em profundo aborrecimento.

A desgraçada jovem não era indiferente a estas demonstrações, e no íntimo da sua alma começava a abrir-se uma chaga, mais tarde, talvez, de impossível cicatrização.

Não obstante, nunca soltara a mínima queixa, e pelo contrário redobrava sempre de carinhos e de cuidados para aquele cuja afeição começava a ver desaparecer como uma nuvem que o vento desfaz.

Chegara, pois, como disse, o dia em que o jovem estudante devia partir para o Porto.

Na véspera desse dia, Fernando, pelo meio da noite, fora dar o adeus de despedida à inconsolável rapariga.

Esta esperava-o já no quintal, e, ao avistá-lo, as lágrimas saltaram-lhe instantâneas dos olhos. O rapaz, pela sua parte, sentira-se também nesse momento tristemente impressionado, e foi com voz vacilante que exclamou:

- Rosa, venho despedir-me de ti: como sabes, vou amanhã para o Porto.

A rapariga lançou-se-lhe nos braços sem poder responder-lhe, tal era a comoção que a dominava.

- Vamos! - continuou ele - nada de lágrimas! Não queiras tornar mais dolorosa esta triste despedida: resigna-te e não te entregues tão cegamente a uma dor sem motivos.

- Sem motivos, Sr. Fernando?!... - aventurou Rosa.

- Sim. Pois não vês que não te deixo senão por alguns meses e que hei de voltar?

- Quem sabe!.

<< Página Anterior

pág. 93 (Capítulo 11)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Rosa do Adro
Páginas: 202
Página atual: 93

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CAPÍTULO 1 1
CAPÍTULO 2 6
CAPÍTULO 3 9
CAPÍTULO 4 12
CAPÍTULO 5 20
CAPÍTULO 6 31
CAPÍTULO 7 45
CAPÍTULO 8 59
CAPÍTULO 9 67
CAPÍTULO 10 84
CAPÍTULO 11 91
CAPÍTULO 12 97
CAPÍTULO 13 117
CAPÍTULO 15 140
CAPÍTULO 16 157
CAPÍTULO 17 168
CAPÍTULO 18 181
CAPÍTULO 19 193