A Queda de um Anjo - Cap. 26: Capítulo 26 Pág. 150 / 207

Quantas vezes eu, nas minhas horas tristes, repetia com a Ifigénia do grande poeta francês, e com o espírito na alma de minha mãe, assim como ela o tinha no aflito rosto da sua: ............................................................... Ah!… Sous quel astre cruel avez-vous mis au jour Le malheureux objet d’un si tendre amour?

O primo — continuou ela — conhece perfeitamente Racine e Corneille?

— Perfunctoriamente. Conheço melhor Eurípedes e Séneca. Pendi sempre à lição de clássicos gregos, latinos e portugueses. Crê-se nas províncias que o saber humano está nisto. Os franceses começo a prezá-los agora, porque… não há linguagem que não soe divinamente falada por minha prima. — Essas lisonjas — volveu ela sorrindo — aprendeu-as nos seus livros velhos, primo Calisto? — A lisonja deixará alguma hora de ser mentira?… Eu não podia mentir-lhe, prima Ifigénia. Não!… Os meus clássicos só me ensinaram duas palavras que eu possa dizer-lhe: MULHER SANTÍSSIMA! Ifigénia deixou-se amorosamente beijar nos dedos. A natureza de Sintra, incluindo os rouxinóis daquelas ramarias, poderia espantar-se: eu, não.





Os capítulos deste livro