A Queda de um Anjo - Cap. 10: Capítulo 10 Pág. 56 / 207

Calisto Elói ganhara consideração na Câmara e no País.

Os deputados governamentais acercaram-se dele, convidando-o em termos delicados a aceitar, no banquete do progresso, o lugar que a sua inteligência reclamava. Os deputados oposicionistas conjuravam-no a não levantar mão de sobre os projectos depredadores com que a facção governamental andava cavando novas voragens ao País.

O morgado da Agra respondia que estava descontente de gregos e troianos, e acrescentava:

— Não sei, por ora, de qual dos lados da Câmara se fala pior a língua pátria. Tenho ouvido os quinhentistas à la moda, e os galiparlas. Todos ressabem a ervilhaca; uns estão gafados de francesias, outros tresandam nos seus dizeres a bafio que os bons seiscentistas rejeitaram. Carecem de cunho nacional estes homens. O mau português principia a sê-lo, desde que mareia a pureza de sua língua. Dêem-me portugueses de língua, e eu me bandearei com eles, como com portugueses de coração. Com aquele Dr. Libório do Porto nem para o céu. Tenho medo que Deus o não entenda, e nos ponha ambos fora de cambulhada.





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