Mais tarde tiveram toda uma mitologia de Marduk e outros, todo um arsenal de truques dos seus astrólogos e dos seus mágicos, embora pareça que nunca acabou em definitivo o saber estelar directo, nem se quebrou por completo o estreito contacto do contemplador de estrelas com os céus nocturnos. Ao que parece, os mágicos apenas continuaram a interessar-se, séculos fora, pelos mistérios celestes sem isso arrastar consigo qualquer espécie de deus ou deuses. Se este saber celeste degenerou mais tarde numa fastidiosa forma de vaticínio e magia, isso faz parte da história do homem; tudo quanto é humano degenera, a começar pela religião; e tem de ser renovado e reavivado.
Foi esta preservação do saber estelar puro e sem deuses que mais tarde veio a abrir caminho à astronomia; tal como uma grande parte do antigo saber cósmico sobre a água e o fogo deve ter sobrevivido no Mediterrâneo oriental, abrindo caminho aos filósofos da Jónia e à ciência moderna.
A ideia de que os vivos e entrelaçados céus tivessem um grande domínio sobre a vida terrena, antes da era cristã preocupava bem mais do que imaginamos a mente do homem. Apesar de todos os deuses e deusas, de Jeová e dos Salvadores moribundos e resgatantes de tantas nações, por baixo subsistia a velha visão cósmica, e talvez os homens acreditassem mais radicalmente no domínio das estrelas do que em outro deus qualquer.