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Capítulo 18: O Tesouro

Página 150

»Acordei quando o relógio deu seis horas.

»Ergui a cabeça e vi-me mergulhado na escuridão mais profunda. Toquei para que me trouxessem luz, mas ninguém apareceu.

Resolvi então servir-me a mim mesmo. Seria, de resto, um hábito de filósofo que acabaria por adquirir. Segurei com uma das mãos uma vela já preparada e com outra procurei, à falta de fósforos que não havia na caixa, um papel que contava acender num resto de chama que dançava na lareira. Hesitava, porém receando, nas trevas pegar num papel precioso em vez de num papel inútil, quando me lembrei de ter visto no famoso breviário, que estava pousado na mesa a meu lado, um papel velho todo amarelecido da parte de cima, que parecia servir de sinal, e que atravessara os séculos conservado no seu lugar pela veneração dos herdeiros.

Procurei às apalpadelas essa folha inútil, encontrei-a, torci-a e, chegando-a à chama mortiça, acendi-a.

»Mas como que por magia, à medida que o fogo subia debaixo dos meus dedos, vi saírem do papel branco e aparecerem na folha caracteres amarelados. Então, o terror apoderou-se de mim. Apertei o papel nas mãos, abafei o fogo, acendi a vela directamente na lareira, reabri com indizível emoção a carta amarrotada e reconheci que uma tinta misteriosa e simpática traçara aquelas letras, somente visíveis ao contacto com o calor forte. Pouco mais de um terço do papel fora consumido pela chama.

Era o papel que você lera esta manhã. Releia-o, Dantès. Depois de o reler, completarei as frases interrompidas e o sentido incompleto.

Faria calou-se e estendeu o papel a Dantès, que desta vez releu avidamente as seguintes palavras traçadas com uma tinta ruça, semelhante à ferrugem:

Hoje, 25 de Abril de 1498, tem Alexandre VI, e receando que, não deseje herdar de mim e me re e Bentivoglio, mortos envenenados, meu herdeiro universal, que espor o ter visitado comigo, isto é nas ilha de Monte-Cristo, tudo o que pos drarias, diamantes e jóias; que só pode ascender a dois mil encontrará levantando a vigésima roch enseadazinha do leste, em linha recta. Foram praticadas nessas grutas; o tesouro está no canto mais a o qual tesouro lhe lego e cedo em prop único herdeiro.

25 de Abril de 1498

CES

- Agora - prosseguiu o abade - leia este outro papel. E apresentou a Dantès segunda folha com outros fragmentos de linhas.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 150

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069