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Capítulo 25: O desconhecido

Página 204
Por fim dirigiu-se para a porta, transpôs o limiar, perguntou se havia alguma habitação vaga e, apesar de estar ocupada, insistiu tanto em visitar a do quinto andar que o porteiro subiu e pediu, da parte de um estrangeiro, às pessoas que lá moravam, licença para mostrar as duas divisões que constituíam o andar. As pessoas que ocupavam o pequeno apartamento eram um rapaz e uma rapariga casados havia apenas oito dias.

Ao ver os dois jovens, Dantès soltou um profundo suspiro.

Nada recordava já a Dantès o apartamento do pai. O papel não era o mesmo e todos os velhos móveis, esses amigos de infância de Edmond, presentes na sua memória em todos os pormenores, tinham desaparecido. Só as paredes eram as mesmas. Dantès virou-se para o lado da cama, que ocupava o mesmo lugar da do antigo inquilino. A seu pesar, os olhos de Edmond encheram-se de lágrimas. Devia ter sido ali que o velho morrera chamando pelo filho.

Os dois jovens olhavam com espanto aquele homem de rosto severo, pelas faces do qual corriam duas grossas lágrimas sem que ele se importasse. Mas como toda a dor traz consigo a sua religião, os jovens não perguntaram nada ao desconhecido. Limitaram-se a recuar para o deixar chorar à vontade, e quando se retirou acompanharam-no e disseram-lhe que poderia voltar quando quisesse, pois a sua pobre casa lhe seria sempre hospitaleira.

Ao passar pelo andar de baixo, Edmond parou diante de outra porta e perguntou se continuava a morar ali o alfaiate Caderousse. Mas o porteiro respondeu-lhe que o homem a quem sereferia tivera maus negócios e possuía agora uma estalagenzinha na estrada de Bellegarde a Beaucaire.

Dantès desceu, perguntou a morada do proprietário da casa das Alamedas de Meilhan, dirigiu-se para lá, fez-se anunciar sob o nome de Lorde Wimore (o nome e o título inscritos no passaporte) e comprou-lhe o prédio por vinte e cinco mil francos. Eram, pelo menos, mais dez mil francos do que valia.

Mas se lhe tivessem pedido meio milhão, Dantès tê-lo-ia dado.

No mesmo dia, os inquilinos do quinto andar foram avisados pelo notário que lavrara a escritura de que o novo proprietário lhos dava a escolher um apartamento em todo o prédio, sem aumentar de forma alguma a renda, com a condição de lhe cederem os dois quartos que ocupavam.

Este acontecimento estranho ocupou durante mais de oito dias todos os frequentadores habituais das Alamedas de Meilhan e originou mil e uma conjecturas, nenhuma das quais exacta.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 204

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069