Na antiga tradição, o vermelho é a cor da fulgurância do homem, embora cor do mal nas criaturas cósmicas ou nos deuses. O leão vermelho é o sol com o seu aspecto maléfico ou destrutivo. O dragão vermelho é a grande «força» do cosmo com a sua hostil e destruidora actividade.
O agathodaimon acaba por se transformar no kakodaimon. Com o tempo, o dragão verde acaba por se transformar no dragão vermelho. Aquilo que era a nossa alegria e a nossa salvação transforma-se, com o tempo, no final da era, na nossa ruina e na nossa maldição. O que era um deus criativo, Urano, Cronos, no final do tempo acaba por transformar-se num destruidor e num devorador. O deus do início de uma era é o princípio do mal do fim dessa mesma era. Porque o tempo ainda decorre em ciclos. No princípio do ciclo, aquilo que era o dragão verde, a força do bem, vai-se gradualmente transformando, para o final, no dragão vermelho, na força do mal. A força do bem, do princípio da era cristã, agora é a força maligna do seu final.
Trata-se de um saber muito antigo e que será sempre verdadeiro. O tempo ainda decorre em ciclos, e não numa linha recta. Estamos no final do ciclo cristão. E o Logos, o bom dragão do início do ciclo, agora é o mau dragão do nosso tempo.