Capítulo 18: Capítulo 18
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As mais antigas concepções do homem são puramente religiosas, e não há nelas nenhuma espécie de noção de deus ou deuses. Deus e deuses entram em cena quando o homem «cede» a uma consciência da separação e da solidão. Os mais antigos filósofos - Anaximandro com o divino Ilimitado e os dois elementos divinos, Anaximenes com o «ar» divino - voltam à grande concepção do cosmo nu de antes de haver Deus. Ao mesmo tempo sabem tudo sobre os 'deuses do século VI, embora eles não lhes interessem rigorosamente nada, Mesmo os primeiros pitagóricos, religiosos no sentido convencional do termo, eram-no mais profundamente no que respeita à concepção das duas formas básicas Fogo e Noite, ou Fogo e Treva, treva concebida como uma espécie de ar espesso ou vapor. Estas duas formas eram o Limitado e o Ilimitado; e a Noite, o Ilimitado, encontrava o seu limite no Fogo. Ao constituírem com a sua oposição uma força tensa, estas duas formas básicas através da oposicionidade provam a sua unidade, Diz Heráclito que todas as coisas são uma troca por fogo, e todos os dias há um novo sol. «O limite da aurora e do ocaso é a Ursa; e em oposição à Ursa está a fronteira do fulgurante Zeus.» Como se supõe que o fulgurante Zeus seja, aqui, o fulgurante céu azul, a sua fronteira é o horizonte e parece provável que Heráclito considere sempre a noite em oposição à Ursa (ou seja lá em baixo, em baixo dos antípodas), e que a Noite viva a morte do Dia, tal como o Dia vive a morte da Noite.
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Páginas: 180
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