Mostra-nos o cristão na sua relação com o Estado, com o mundo e com o cosmo. Mostra-o na sua longa hostilidade para com todos eles, e como acaba por ter vontade de tudo isto destruir.
É o lado negro da cristandade, do individualismo e da democracia; o lado que o mundo, de uma forma geral, hoje nos revela. Em suma, trata-se de suicídio. Suicídio individual e en masse. Pudesse o homem, e seria um suicídio cósmico. O cosmo, porém, não está à mercê do homem e o sol não perecerá só para nos fazer a vontade.
Não queremos, tão-pouco, perecer. Temos de abandonar uma posição falsa. Abandonemos a nossa posição falsa de cristãos, de indivíduos, de democratas. Deixe-se que encontremos uma qualquer concepção de nós próprios que nos permita viver em paz e felizes, em vez de atormentados e infelizes.
O Apocalipse mostra-nos aquilo a que, anti naturalmente, resistimos. Resistimos anti naturalmente às nossas ligações com o cosmo, com o mundo, com a humanidade, com a nação, com a família. No Apocalipse, todas estas ligações são anátema, e anátema para nós. Não podemos suportar a ligação. É a nossa doença. Temos de romper e ficar isolados. Chamamos a isto ser livres, ser indivíduo. Para lá de um certo ponto que já atingimos, é suicídio.