Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 24: Capítulo 24

Página 176
Quando o indivíduo ama, deixa de ser puramente individual. E é pois obrigado a recuperar-se a si próprio, e a deixar de amar. Esta é uma das mais assombrosas lições do nosso tempo: o indivíduo, o cristão, o democrata, não podem amar. Ou, quando ele, quando ela amam, será necessário que ele, que ela, se recuperem.

Isto no que respeita ao amor pessoal ou privado. Mas o que se passará com o outro amor «caritas», com aquele «amai o próximo como a vós mesmos»?

Funciona de maneira idêntica. Amemos o próximo: de imediato correremos o risco de ser absorvidos por ele; teremos de recuar, teremos de defender-nos. O amor transforma-se em resistência. Tudo acaba por ser resistência e não amor; é esta a história da democracia.

Se escolhermos o caminho da auto-realização individual, será melhor fazer como Buda e fugirmos, sermos nós e não pensarmos em mais ninguém. Desta forma alcançaremos o nosso Nirvana. Amar o próximo à maneira de Cristo conduz à hedionda anomalia que é termos de acabar por viver numa consumada resistência ao nosso próximo.

O Apocalipse, estranho livro, torna isto claro. Mostra-nos o cristão na sua relação com o Estado; coisa que os Evangelhos e as Epístolas evitam fazer.

<< Página Anterior

pág. 176 (Capítulo 24)

Página Seguinte >>

Capa do livro Apocalipse
Páginas: 180
Página atual: 176

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 4
Capítulo 3 14
Capítulo 4 18
Capítulo 5 27
Capítulo 6 33
Capítulo 7 46
Capítulo 8 69
Capítulo 9 75
Capítulo 10 77
Capítulo 11 89
Capítulo 12 99
Capítulo 13 102
Capítulo 14 107
Capítulo 15 112
Capítulo 16 122
Capítulo 17 128
Capítulo 18 143
Capítulo 19 149
Capítulo 20 155
Capítulo 21 160
Capítulo 22 161
Capítulo 23 162
Capítulo 24 170