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Capítulo 38: O encontro

Página 372
Salientou por todos os meios a hospitalidade feérica que o conde lhe concedera na sua gruta das Mil e Uma Noites, falou-lhe da ceia, do haxixe, das estátuas, da realidade e do sonho, e como ao despertar só encontrara como prova e recordação de todos aqueles acontecimentos o iatezinho navegando no horizonte para Porto-Vecchio.

Depois passou a Roma, à noite do Coliseu, à conversa que ouvira entre ele e Vampa, conversa relativa a Peppino, e na qual o conde prometera obter o perdão do bandido, promessa que cumprira integralmente, - como os nossos leitores verificaram.

Por fim, chegou à aventura da noite anterior, à atrapalhação em que se vira ao verificar que lhe faltaram seiscentas ou setecentas piastras para completar a importância do resgate, e depois a ideia que tivera de se dirigir ao conde, ideia de que resultara ao mesmo tempo uma solução tão pitoresca como satisfatória.

Albert escutou Franz com toda a atenção.

- Bom - disse-lhe quando terminou -, onde vê em tudo isso algo censurável? O conde gosta de viajar, o conde possui um navio porque é rico. Vá a Portsmouth ou a Southampton e verá os portos cheios de iates pertencentes a ricos ingleses que têm a mesma fantasia. Para saber onde se deter nas suas excursões; para não comer essa horrível cozinha que nos envenena, a mim há quatro meses e você há quatro anos; para não dormir nessas camas abomináveis onde se não consegue sossegar, manda mobilar uma gruta em Monte-Cristo; quando a gruta está mobilada, receia que o Governo toscano lhe levante obstáculos e que tenha gasto o seu dinheiro em pura perda, e que faz? Compra a ilha e toma o seu nome. Meu caro, procure nas suas recordações e diga-me quantas pessoas das suas relações adoptaram o nome de propriedades que nunca lhes pertenceram.

- Mas os bandidos corsos que se encontravam entre a sua tripulação? - lembrou Franz a Albert.

- Que há de extraordinário nisso? Você sabe melhor do que ninguém, não é verdade, que os bandidos corsos não são ladrões, mas pura e simplesmente fugitivos que qualquer vendetta exilou da sua cidade ou da sua aldeia. Podemos portanto aceitá-los sem nos comprometermos. Quanto a mim, declaro que se alguma vez for à Córsega, antes de me apresentar ao governador e ao prefeito apresentar-me-ei aos bandidos de Colomba, se conseguir encontrá-los. Acho-os encantadores.

- Mas Vampa e a sua quadrilha? - insistiu Franz. - Esses são bandidos que assaltam para roubar. Espero que o não negue. Que me diz à influência do conde sobre semelhantes homens? - Digo, meu caro, que como segundo todas as probabilidades devo a vida a essa influência, não serei eu que a criticarei com demasiada severidade.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 372

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069