A Queda de um Anjo - Cap. 25: Capítulo 25 Pág. 145 / 207

Passados momentos, Ifigénia, contemplando, sem as ver, umas figuras chinesas do seu leque, disse:

— De maneira que esta aparição imprevista de uma mulher desafortunada, se deu lugar à expansão, também foi causa a uma dor de V. Exa.!…

Calisto entrelaçou os dedos em postura suplicante e exclamou:

— Chovam-lhe os arcanjos do Senhor quantas felicidades a bem-aventurança encerra! Nunca uma nuvem escura lhe enegreça os seu sonhos de felicidade! Multipliquem-se em alegrias eternas para V. Exa. estes instantes de ventura que me deu, minha misericordiosa amiga!

Nenhuma paixão súbita estalou ainda com estrondos deste tamanho. A gente compreende como estas coisas acontecem; casos se podem ter dado connosco da mesma natureza, mas o que nós não fizemos nunca, se o amor nos assaltou de improviso, foi falar assim, romper tão depressa em veemências de entusiasmo. Nós, homens criados mais ou menos por salas, afeitos a subordinar o sentimento às práticas da civilidade, desafogamos em êxtases e suspiros, contemplamos embelezados a mulher que nos endoudeceu, respondemos com frioleiras gagas a uma pergunta, que nos ela faz com toda a presença do seu espírito. Toda a lástima é pouca para os ridiculíssimos trejeitos que fazemos então.

Ora, isto é bom que assim continue a ser. Esse quarto de hora de suprema realeza das mulheres é tudo que elas têm, e pouco mais. Esse espaço de fascinação, que nos embrutece, é a divinização delas.





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