Lechesneau, tudo devendo a Malin, e prevendo a importância de um tal atentado, trouxera consigo o capitão de gendarmaria e um piquete de doze homens.
Antes de partir, entendera-se, claro está, com o prefeito, o qual, impedido pela circunstância de ser noite, não pudera utilizar o telégrafo. Expediu-se para Paris uma estafeta encarregada de prevenir deste crime incrível o ministro da polícia geral, o supremo juiz e o imperador. Lechesneau foi encontrar no salão de bondreville as Senhoras Marion e Grévin, Violette, o criado de quarto do senador, e o juiz de paz, assistido pelo seu escrivão. Já então haviam sido feitas buscas no castelo. O juiz de paz, ajudado por Grévin, recolhia cautelosamente os primeiros elementos da investigação. O magistrado, antes de mais, sentiu-se impressionado pelas combinações profundas que revelavam a escolha do dia e a escolha da hora. A hora tornava impossível procurar imediatamente indícios e provas.
Naquela altura do ano, às cinco e meia, momento em que Violette teria podido perseguir os delinquentes, era quase noite, e para os malfeitores a noite muitas vezes corresponde à impunidade. Escolher um dia de folguedos em que toda a gente iria ver as mascaradas em Arcis, e em que o senador devia encontrar-se sozinho em sua casa, não seria evitar testemunhas?
- Prestemos justiça à perspicácia dos agentes da prefeitura de polícia - disse Lechesneau.Nem um só momento deixaram de nos trazer de prevenção contra os fidalgos de Cinq-Cygne, e sempre nos disseram que, mais tarde ou mais cedo, acabariam por fazer das suas.