XVI - AS DETENÇÕES Bastara Laurence dizer a Marta, a Catarina e aos Durieu que não saíssem do castelo nem olhassem lá para fora para ser rigorosamente obedecida. Em cada jornada, os cavalos estacionavam no caminho vão, diante da brecha, e daí, Roberto e Michu, os mais• robustos do grupo, haviam podido transportar, secretamente, os sacos para um subterrâneo situado debaixo da escada da torre chamada da Menina, Ao chegarem ao castelo, pelas cinco horas e meia, os quatro gentis-homens e Michu puseram-se imediatamente a enterrar o oiro. Laurence e os Hauteserre acharam conveniente murar o subterrâneo. Michu encarregou-se da operação, com a ajuda de Gothard, que foi à casa da quinta buscar alguns sacos de gesso que ali haviam ficado na altura das obras, e Marta voltou a casa para dar, em segredo, os sacos a Gothard. A casa construída por Michu ficava na eminência de onde outrora ele descobrira os gendarmes, e para lá se ia pelo caminho vão. Michu, cheio de fome, despachou-se tão depressa que, pelas dezanove horas e meia, já tinha concluída a tarefa. Caminhava em passo ligeiro, para evitar que Gothard lhe trouxesse outro saco de gesso, de que julgara precisar ainda. Já então a sua casa estava cercada pelo guarda-campestre de Cinq-Cygne, o juiz de paz, o seu escrivão e por mais, três gendarmes, que, ao ouvi-lo aproximar-se, se esconderam e o deixaram entrar.
Michu viu Gothard, com um saco ao ombro, e gritou-lhe; de longe:
- Está pronto, pequeno, volta para trás e janta connosco.
Michu, a testa coberta de camarinhas de suor, as roupas sujas de gesso e de pedaços de pedras molares, lodosas, provenientes dos escombros da brecha, entrou muito contente na cozinha da sua casa, onde a mãe de Marta esta serviam a sopa, esperando por ele.