XIII – UM BOM CONSELHODepois de estabelecida a paz entre a França e a Áustria pelos fins de Fevereiro de 1806 um parente que na altura do requerimento de irradiação, se empenhara pelos Senhores de Simeuse, e mais tarde lhes devia vir a testemunhar grandes provas de dedicação, o antigo marquês de Chargeboeuí, cujas propriedades se estendem de Seine-et-Marne a Aube, jornadeou da sua terra para Cinq-Cygne numa espécie de caleche, a que nesse tempo, por zombaria, chamavam «calhambeque». Quando a pobre carripana meteu pelo pátio empedrado, os habitantes do castelo, que estavam a almoçar, desataram todos a rir; mas, ao reconhecerem a calva do velho, que emergiu das cortinas de coiro do «calhambeque», e o Senhor de Hauteserre pronunciou o seu nome, todos se levantaram da mesa para irem ao encontro do chefe da casa de Chargeboeuf.
- É pena que seja ele a aparecer - disse o marquês de Simeuse ao irmão e aos Hauteserre -; nós é que devíamos ter ido agradecer-lhe.
Um criado vestido como qualquer camponês, que guiava o carro, no alto da boleia, junto à caixa, implantou, num canudo de sola grosseira, o chicote de carroceiro, e veio ajudar o marquês a apear-se; mas Adriano e o mais novo dos . Simeuse anteciparam-se-lhe, desabotoaram a porta, que era presa com botões de coiro, e retiraram o bom homem lá de dentro, apesar dos seus protestos. O marquês considerava o seu «calhambeque» amarelo, com porta de coiro, uma carruagem excelente e cómoda. Já então o criado, auxiliado por Gothard, desatrelava és dois pesados ca valas, de garupa luzidia, sem dúvida para todo o serviço, quer para os trabalhos agrícolas, quer para puxar o «calhambeque»,
. - E com este frio? Mas o senhor é um valente dos tempos antigos! - exclamou Laurence ao seu velho parente, a quem deu o braço para o conduzir ao salão.