Um Caso Tenebroso - Cap. 20: XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA Pág. 212 / 249

XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA

Pelas cinco horas da manhã, no dia seguinte ao da defesa do Senhor de Granville, na estrada real de Troyes, liberto das suas cadeias enquanto dormia, por libertadores desconhecidos, foi encontrado o senador, que se dirigia à cidade, ignorando o processo, desconhecendo a repercussão do seu nome na Europa. e contente por poder respirar a plenos pulmões. O homem que era o eixo deste drama tão surpreendido ficou com o que lhe contaram como os que o encontraram com o facto de o verem. Emprestaram-lhe o carro de um lavrador, e não tardou a apresentar-se em Troyes, em casa do prefeito. Este preveniu imediatamente o director do júri, o comissário do governo e o acusador público, que, pela narrativa que lhe fez o conde de Gondreville, mandaram prender Marta na cama, em casa dos Duríeu, enquanto o director do júri fundamentava e outorgava um mandato de prisão contra ela. A Menina de Cinq-Cygne, que apenas estava em liberdade sob caução, foi igualmente arrancada a um dos raros momentos de sono que conseguia fazer no meio das suas constantes angústias" ficando presa na prefeitura para ser interrogada. A ordem de manter os acusados incomunicáveis, mesmo com os seus advogados, foi enviada ao director da prisão. Às dez horas, a multidão acumulada à porta do tribunal era avisada de que, a audiência fora adiada pata a 1 da tarde.

Este adiamento, que coincidia com a notícia do aparecimento do senador, a prisão de Marta, da Menina de Cinq-Cygne e a incomunicabilidade dos acusados, lançou o pânico no solar de Chargeboeuf. Toda a cidade e os curiosos que tinham vindo a Troyes para assistirem ao julgamento, os taquígrafos dos jornais, o próprio povo, estavam numa excitação fácil de compreender. O abade Goujet, pelas dez horas, veio procurar o Senhor e a Senhora de Hauteserre e os defensores.





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