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Capítulo 31: Itália - Simbad, o marinheiro

Página 266

- De resto - acrescentou -, se Vossa Excelência acha tão tentador o cheiro do cabrito, posso ir oferecer aos nossos vizinhos duas das nossas aves em troca de um naco do seu quadrúpede.

- Faça isso, Gaetano, faça isso - aceitou Franz. Você nasceu realmente com o dom da negociação.

Entretanto os marinheiros tinham arrancado braçados de urze e feito molhos de murta e azinheira, aos quais tinham pegado fogo, de modo a conseguirem uma fogueira bastante respeitável.

Franz esperava com impaciência, sem deixar de aspirar o odor do cabrito, que o patrão regressasse, quando este reapareceu e se lhe dirigiu com ar muito preocupado.

- Então, que há de novo? Recusam a nossa oferta? - perguntou Franz.

- Pelo contrário - respondeu Gaetano. - O chefe, a quem disseram que Vossa Excelência era um jovem francês, convida-o para cear com ele.

- Óptimo! - exclamou Franz. - Esse chefe é um homem deveras civilizado e não vejo motivo para recusar o seu convite, tanto mais que contribuo com a minha parte para a ceia.

- Oh, não se trata disso! Não falta com que cear à farta, mas é que ele põe, para que Vossa Excelência se apresente em sua casa, uma singular condição.

- Em sua casa? - repetiu o jovem. - Quer dizer que mandou construir aqui uma casa?

- Não. Mas nem por isso deixa de possuir algo semelhante muito confortável, pelo menos segundo afirmam.

- Você conhece esse chefe?

- Ouvi falar dele.

- Bem ou mal?

- Das duas maneiras.

- Demónio! E qual é essa condição?

- Deixar que vos vendem os olhos e não tirardes a venda senão quando ele próprio vos convidar a fazê-lo.

Franz sondou tanto quanto possível o olhar de Gaetano para saber o que ocultava tal proposta.

- Claro! - exclamou o patrão, adivinhando o pensamento de Franz. - Sei isso perfeitamente: a coisa merece reflexão.

- Que faria você no meu lugar? - perguntou o rapaz.

- Eu, como não tenho nada a perder, iria.

- Aceitaria?

- Aceitava, nem que fosse só por curiosidade.

- Há portanto algo curioso a ver em casa do chefe?

- Escutai - disse Gaetano, baixando a voz -, não sei se o que dizem é verdade...

Deteve-se para ver se algum estranho o escutava.

- E que dizem?

- Dizem que o chefe habita num subterrâneo ao pé do qual o Palácio Pitti não vale nada.

- Que sonho! - exclamou Franz, voltando a sentar-se.

- Oh, não se trata de um sonho! - continuou o patrão. - Trata-se de uma realidade! Cama, o piloto do Saint- Ferdinand, entrou lá um dia e saiu maravilhado, dizendo que só nos contos de fadas existem semelhantes tesouros.

- Deveras? - ironizou Franz. - Sabe que com essas palavras até me faria descer à caverna de Ali- Babá?

- Estou a dizer o que me disseram, Excelência.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 266

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069