Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 31: Itália - Simbad, o marinheiro

Página 270
Quanto a mim, para o pôr à vontade, informo-o de que costumam tratar-me por Simbad, o Marinheiro.

- E eu - redarguiu Franz - dir-lhe-ei que, como para estar na situação de Aladino só me falta a famosa lâmpada maravilhosa, não vejo nenhum inconveniente em que, de momento, me trate por Aladino. Isso não nos tirará do Oriente, onde sou tentado a crer que fui transportado pelo poder de algum génio.

- Muito bem, Sr. Aladino! - concordou o estranho anfitrião. - Ouvi dizer que estávamos servidos, não é verdade? Queira pois dar-se o ao incómodo de entrar na sala de jantar. O seu humilíssimo servidor passa-lhe adiante para lhe indicar o caminho.

E, ditas estas palavras, Simbad levantou o reposteiro e passou efectivamente à frente de Franz.

Este ia de encantamento em encantamento. A mesa estava esplendidamente servida. Uma vez esclarecido acerca deste importante ponto, olhou à sua volta. A sala de jantar não era menos esplêndida do que a que acabara de deixar. Era toda de mármore, adornavam-na baixos-relevos antigos valiosíssimos e nas duas extremidades da sala, que era oblonga, viam-se duas estátuas magníficas com cestos à cabeça. Os cestos continham duas pirâmides de frutos excelentes: ananases da Sicília, romãs de Málaga, laranjas das ilhas Baleares, pêssegos de França e tâmaras da Tunísia.

Quanto à ceia, compunha-se de um faisão assado rodeado de melros da Córsega, de perna de javali com geleia, de um quarto de cabrito à tártaro, de um rodovalho magnífico e de uma gigantesca lagosta. Os intervalos dos pratos principais eram preenchidos com pratinhos de acepipes. As travessas eram de prata e os pratos de porcelana do Japão.

Franz esfregou os olhos para ter a certeza de que não sonhava.

Ali só era admitido para cuidar do serviço, do qual se desempenhava muitíssimo bem O hóspede cumprimentou por isso o seu anfitrião.

- Sim - concordou este, sem deixar de fazer as honras da ceia com o maior à-vontade. - Sim, é um pobre diabo que me é muito dedicado e que procura servir-me o melhor que pode. Lembra-se de que lhe salvei a vida, e como parece que tinha a cabeça em grande conta guarda-me algum reconhecimento por lha ter conservado.

Ali aproximou-se do amo, pegou-lhe na mão e beijou-lha.

- Seria demasiado indiscreto, Sr. Simbad - disse Franz -, se lhe perguntasse em que circunstâncias praticou essa bela acção?

- Oh, meu Deus, foi muito simples! - respondeu o anfitrião. - Parece que o brejeiro andara a rondar as imediações do serralho do bei de Tunes, o que não era conveniente da parte de um figurão da sua cor.

<< Página Anterior

pág. 270 (Capítulo 31)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 270

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069