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Capítulo 34: Aparição

Página 324

- Palavra - disse Albert a Franz -, não há nada a reprovar-lhe. Está tudo certo.

- Diga ao conde - respondeu Franz ao criado - que seremos nós que teremos a honra de o visitar.

O criado retirou-se.

- Ora aí está o que se chama rivalizar em cortesia - observou Albert. - Decididamente, tinha razão, mestre Pastrini: o seu conde de Monte-Cristo é um homem de inexcedível correcção.

- Então aceitam a sua oferta? - perguntou o hoteleiro.

- Claro que aceitamos - respondeu Albert. - Confesso-lhos no entanto que tenho pena da nossa carroça e dos ceifeiros, e se não houvesse a janela do Palácio Rospoli para compensar o que perdemos, creio que voltaria à minha primeira ideia. Que diz a isto, Franz?

- Digo que são também as janelas do Palácio Rospoli que me decidem - respondeu Franz a Albert.

Com efeito, a oferta de dois lugares a uma janela do Palácio Rospoli recordara a Franz a conversa que ouvira nas ruínas do Coliseu entre o desconhecido e o trasteveriano, conversa durante a qual o homem da capa se comprometera a obter o adiamento da execução do condenado. Ora, se o homem da capa era, como tudo levava Franz a crer, o mesmo cuja aparição na sala do Argentina tanto o impressionara, reconhecê-lo-ia sem dúvida nenhuma e então nada o impediria de satisfazer a sua curiosidade a seu respeito.

Franz passou parte da noite a sonhar com as suas duas aparições e a desejar que amanhecesse. Com efeito, no dia seguinte tudo se devia esclarecer. E desta vez, a não ser que o seu anfitrião de Monte-Cristo possuísse o anel de Giges e, graças a esse anel, a faculdade de se tornar invisível, era evidente que não lhe escaparia. Por isso, acordou antes das oito horas.

Quanto a Albert, como não tinha os motivos de Franz para madrugar, dormia ainda a sono solto.

Franz mandou chamar o hoteleiro, que se apresentou com a sua obsequiosidade habitual.

- Mestre Pastrini - perguntou-lhe -, não deve haver hoje uma execução?

- Deve, Excelência. Mas se me pergunta isso para ter uma janela, lembrou-se muito tarde.

- Não - respondeu Franz. - Aliás, se tivesse muito empenho em assistir a esse espectáculo, creio que arranjaria lugar no monte Píncio.

- Oh, supus que Vossa Excelência não quisesse misturar-se com toda essa canalha no que é de certo modo o anfiteatro natural das execuções!

- É provável que não vá - disse Franz. - Mas gostaria de saber alguns pormenores.

- Quais?

- Gostaria de saber o número dos condenados, os seus nomes e o género do seu suplício.

- A pergunta não podia ser mais oportuna, Excelência! Acabam precisamente de me trazer as tavolette.

- Que são as tavolette?

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 324

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069