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Capítulo 36: O Carnaval de Roma

Página 351

- Cautela, meu caro Albert - recomendou-lhe Franz. - Toda a aristocracia estará em casa do duque, e se a sua bela desconhecida pertence de facto à aristocracia, não poderá dispensar-se de comparecer.

- Compareça ou não, mantenho a minha opinião acerca dela redarguiu Albert. - Não leu o bilhete?

- Li

- Conhece a pobre educação que recebem em Itália as mulheres do mezzo cito?

Chama-se assim à burguesia.

- Conheço - tornou a responder Franz - Então, releia o bilhete, examine a letra e descubra-me um erro de língua ou de ortografia.

Com efeito, a letra era encantadora e a ortografia impecável

- Você é um predestinado - disse Franz a Albert, restituindo-lhe o bilhete pela segunda vez.

- Ria à vontade e graceje o que lhe apetecer - declarou Albert. - Estou apaixonado.

- Oh, meu Deus, assusta-me! - exclamou Franz. - E vejo que não só irei sozinho ao baile do duque de Bracciano, como ainda poderei muito bem regressar sozinho a Florença.

- A verdade é que se a minha desconhecida for tão amável como é bela, declaro-lhe que me fixo em Roma durante pelo menos seis semanas Adoro Roma e além disso sempre tive uma predilecção acentuada pela arqueologia.

- Vamos, mais um encontro ou dois como esse e não desespero de o ver membro da Academia de Inscrições e Belas-Letras.

Albert preparava-se sem dúvida para discutir seriamente os seus direitos à cadeira académica, mas vieram anunciar aos dois jovens que o jantar estava servido. Ora, em Albert o amor não era de modo algum contrário ao apetite. Apressou-se pois, assim como o amigo, a sentar-se à mesa, resolvido a retomar a discussão depois do jantar.

Mas depois do jantar anunciaram-lhes o conde de Monte-Cristo.

Havia dois dias que os jovens o não viam. Mestre Pastrini dissera-lhes que um negócio o chamara a Civita-Vecchia. Partira na véspera à noite e regressara havia apenas uma hora.

O conde foi encantador. Quer porque se contivesse, quer porque a ocasião não despertasse nele as fibras acrimoniosas que certas circunstâncias tinham já feito vibrar duas ou três vezes e o haviam levado a proferir palavras amargas; a verdade é que foi pouco mais ou menos como toda a gente. Aquele homem constituía para Franz um autêntico enigma. O conde não podia duvidar de que o jovem viajante o reconhecera. E no entanto nem uma só palavra desde o seu novo encontro parecia indicar na sua boca que se recordava de o ter visto noutro sítio. Pela sua parte, ainda que Franz desejasse aludir ao seu primeiro encontro, continha-o o receio de ser desagradável para com um homem que o cumulara, a si e ao amigo, de atenções. Continuou portanto a manter a mesma reserva que ele.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 351

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069