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Capítulo 39: Os convivas

Página 378

- Como vieram estas cartas? - perguntou.

- Uma veio pelo correio e a outra foi trazida pela, criada de quarto da Sr.ª Danglars.

- Manda dizer à Sr.ª Danglars que aceito o lugar que me oferece no seu camarote... Espera... Depois, durante o dia, passarás por casa da Rosa; dir-lhe-ás que, como me convida, irei cear com ela quando sair da ópera. Leva-lhe seis garrafas de vinho sortidas, de Chipre, de Xerez e de Málaga, e um barril de ostras de Ostende... Compra as ostras no Borel e não te esqueças de dizer que são para mim.

- A que horas quer o senhor ser servido?

- Que horas são?

- Dez horas menos um quarto.

- Bom, serve às dez e meia exactas. Debray talvez seja obrigado a ir ao seu ministério... De resto... - Albert consultou a sua agenda - é exactamente a hora que indiquei ao conde, 21 de Maio às dez e meia da manhã, e embora não confie muito na sua promessa quero ser pontual. A propósito, sabes se a Sr.ª Condessa está levantada?

- Se o Sr. Visconde deseja, irei informar-me.

- Pois sim... Pedir-lhe-ás uma das suas frasqueiras, porque a minha está incompleta, e dir-lhe-ás que terei a honra de passar pelos seus aposentos por volta das três horas, a fim de lhe pedir licença para lhe apresentar uma pessoa.

O criado saiu, Albert atirou-se para cima do divã, rasgou a cinta de dois ou três jornais, viu os espectáculos, fez uma careta ao verificar que se representava uma ópera e não um bailado, procurou em vão um opiato para os dentes de que lhe tinham falado e pôs de parte os três jornais mais lidos de Paris, murmurando no meio de um bocejo prolongado:

- Na verdade, estes jornais estão cada vez mais maçadores.

Neste momento parou à porta uma carruagem ligeira e passado um instante o criado voltou para anunciar o Sr. Lucien Debray.

Tratava-se de um rapagão louro, pálido, de olhos cinzentos e ousados, lábios delgados e frios, casaca azul de botões de ouro cinzelados, gravata branca e monóculo de tartaruga suspenso de um fio de seda, e que devido a um esforço do nervo superciliar e do nervo zigomático conseguia fixar de vez em quando na cavidade do olho direito. Entrou sem sorrir, sem falar e com ar semioficial.

- Bons dias, Lucien...

- Bons dias! - cumprimentou-o Albert. - Assusta-me, meu caro, com a sua pontualidade! Que digo? Pontualidade?... Você, que esperava fosse o último achegar, aparece às dez menos cinco, quando o encontro está marcado para as dez e meia! É miraculoso! Terá por acaso caído o ministério?

- Não, caríssimo - respondeu o rapaz, enterrando-se no divã.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 378

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069