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Capítulo 39: Os convivas

Página 380

- Na verdade - disse Albert -, você surpreende-me com toda a vastidão dos seus conhecimentos... Mas tire um charuto! - Ah, caro visconde - observou Lucien, acendendo um manila numa vela cor-de-rosa que ardia num castiçal de prata dourada e recostando-se no divã -, ah, meu caro visconde, como é feliz por não ter nada que fazer! Na verdade, não avalia a sua felicidade!

- E que faria você, meu caro pacificador de reinos – redarguiu Morcerf com ironia, se não fizesse nada? Como secretário particular de um ministro, lançado simultaneamente na grande cabala europeia e nas pequenas intrigas de Paris; com reis e, melhor do que isso, rainhas a proteger, partidos a reunir, eleições a dirigir; fazendo mais do seu gabinete, com a sua pena e o seu telégrafo, do que Napoleão fazia dos seus campos de batalha, com a sua espada e as suas vitórias; possuidor de vinte e cinco mil libras de rendimento, além do seu lugar; de um cavalo pelo qual Château-Renaud lhe ofereceu quatrocentos luíses e que você lhe não quis vender; de um alfaiate que nunca lhe estraga umas calças; frequentador da ópera, do Jockey-Club e do Teatro das Variedades... Como, será possível que não encontre em tudo isso com que se distrair? Seja, distraí-lo-ei eu!

- De que maneira?

- Proporcionando-lhe um novo conhecimento.

- De homem ou de mulher?

- De homem.

- Oh, já conheço muitos!

- Mas não conhece nenhum como este a que me refiro.

- Donde vem? Do fim do mundo?

- Talvez de mais longe.

- Diabo, espero que não seja ele quem traz o nosso almoço!

- Não, esteja tranquilo. O nosso almoço está a ser feito nas cozinhas maternas. Mas está de facto com fome?

- Estou, confesso, por mais humilhante que seja dizê-lo. Mas jantei ontem em casa do Sr. de Villefort... e não sei se já reparou, meu caro amigo, que se janta muito mal em casa de toda essa gente dos tribunais; dir-se-ia que estão sempre com remorsos.

- Meu Deus, deprecia os jantares dos outros como se jantasse bem em casa dos seus ministros! - Pois sim, mas ao menos não convidamos pessoas de categoria, e se não fôssemos obrigados a fazer as honras da nossa mesa a alguns labregos que pensam e sobretudo que votam bem, fugiríamos como da peste de comer em nossa casa, acredite.

- Então, meu caro, beba segundo copo de xerez e coma outro biscoito.

- Com muito prazer. O seu vinho de Espanha é excelente. Como vê fizemos muito bem em pacificar esse país.

- Pois sim, mas D. Carlos?

- Ora, D. Carlos beberá vinho de Bordéus e daqui a dez anos casar-lhe-emos o filho com a rainhazinha.

- O que lhe valerá o Tosão de Ouro, meu caro, se ainda estiver no ministério.

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pág. 380 (Capítulo 39)

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 380

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069