Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 39: Os convivas

Página 387

- Não, chegou pura e simplesmente acompanhado do conviva que lhes anunciei e que espero apresentar-lhes.

- Bom, mas então esse cavalheiro era algum Hércules matando Caco ou algum Perseu libertando Andrómeda?

- Não, é um homem pouco mais ou menos da minha estatura.

- Armado até aos dentes?

- Nem sequer tinha uma agulha de fazer malha.

- Mas tratou do seu resgate?

- Disse duas palavrinhas ao ouvido do chefe e fiquei livre.

- E ainda por cima lhe apresentou desculpas por o ter raptado - insinuou Beauchamp.

- Exactamente - confirmou Morcerf.

- Mas então esse homem era Ariosto?

- Não, era simplesmente o conde de Monte-Cristo.

- Não existe nenhum conde de Monte-Cristo - declarou Debray.

- Pois não - acrescentou Château-Renaud, com o sangue-frio de um homem que sabe de cor e salteado o nobiliário europeu. - Quem é que conhece de alguma parte um conde de Monte-Cristo?

- Talvez venha da Terra Santa - disse Beauchamp. - Um dos seus avós pode ter possuído o Calvário, como os Mortemarts foram senhores do mar Morto.

- Perdão - interveio Maximilien -, mas creio poder tirá-los de apuros, meus senhores. Monte-Cristo é uma ilhazinha de que ouvi muitas vezes falarem os marinheiros ao serviço do meu pai; um grão de areia no meio do Mediterrâneo, um átomo no infinito.

- É perfeitamente isso, senhor - confirmou Albert. - Pois bem, desse grão de areia, desse átomo, é senhor e rei aquele de quem lhes falo. Talvez tenha comprado o título de conde em qualquer parte da Toscana.

- É portanto rico o seu conde?

- Creio que sim.

- Mas isso é coisa que se deve ver, parece-me...

- Engana-se, Debray.

- Já o não compreendo.

-Leu As Mil e Uma Noites?

- Meu Deus, que pergunta!

- Sabe porventura se as pessoas que aparecem na obra são ricas ou pobres? Se os seus grãos de trigo não são rubis ou diamantes? Têm o ar de pescadores miseráveis, não é verdade? Consideramo-los como tal e de repente abrem-nos uma caverna misteriosa onde encontramos um tesouro capaz de comprar a índia?

- E depois?

- Depois, o meu conde de Monte-Cristo é um desses pescadores.

Tem mesmo um nome derivado disso: chama-se Shimbad, o Marinheiro, e possui uma caverna cheia de ouro.

- E você viu essa caverna, Morcerf? - perguntou Beauchamp

- Eu, não, mas viu-a Franz. No entanto, caluda! Não se deve tocar nesse assunto diante dele. Franz desceu à caverna de olhos vendados e foi servido por mudos e mulheres ao pé das quais parece que Cleópatra não passaria de uma reles cortesã.

<< Página Anterior

pág. 387 (Capítulo 39)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 387

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069