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Capítulo 40: O almoço

Página 396

- É franco, pelo menos - disse Morrel. - Mas estou certo de que o Sr. Conde se não arrependeu de ter faltado uma vez aos princípios que acaba de expor de forma tão absoluta.

- Quando é que faltei a esses princípios, senhor? - perguntou Monte-Cristo, que de vez em quando não se podia impedir de olhar Maximilien, e com tanta atenção que já por duas ou três vezes o ousado jovem baixara os olhos diante do olhar claro e límpido do conde.

- A mim parece-me - respondeu Morrel - que libertando o Sr. De Morcerf, que o senhor não conhecia, servia o seu próximo e a sociedade...

- Da qual é o mais belo ornamento - declarou gravemente Beauchamp, despejando de uma golada uma taça de champanhe.

- Sr. Conde - interveio Morcerf -, caiu nas malhas do raciocínio, o senhor que é um dos mais argutos lógicos que conheço; só falta demonstrar-lhe claramente, o que não tarda, que longe de ser um egoísta é, pelo contrário, um filantropo. Ah, Sr. Conde, diz-se oriental, levantino, malaio, indiano, chinês, selvagem; chama-se Monte-Cristo de seu nome de família e Simbad, o Marinheiro, de seu nome de baptismo, e eis que no dia em que põe pé em Paris revela possuir instintivamente o maior mérito ou o maior defeito dos nossos excêntricos Parisienses, isto é, usurpa os vícios que não tem e esconde as virtudes que tem!

- Meu caro visconde - redarguiu Monte-Cristo -, não vejo em nada do que disse ou fiz uma única palavra que me valha da sua parte ou da destes senhores o pretenso elogio que acabo de receber. O senhor não era um estranho para mim, porque o conhecia, porque lhe cedera dois quartos, porque lhe oferecera um almoço, porque lhe emprestara uma das minhas carruagens, porque víramos passar as máscaras juntos na Rua do Corso e porque tínhamos assistido de uma janela da Praça del Popolo àquela execução que tanto o impressionou que quase se sentiu indisposto. Ora, pergunto a todos estes senhores, podia deixar o meu convidado nas mãos daqueles horríveis bandidos, como lhos chamaram? De resto, como sabe, ao salvá-lo tinha um pensamento reservado; servir-me do senhor para me introduzir nos salões de Paris quando viesse a França. Houve tempo em que pôde considerar esta resolução um projecto vago e fugaz; mas hoje, como vê, é uma autêntica realidade a que tem de se submeter, sob pena de faltar à sua palavra.

- E cumpri-la-ei - declarou Morcerf. - Mas receio muito que fique deveras decepcionado, meu caro conde, o senhor, que está habituado aos lugares acidentados, aos acontecimentos pitorescos, aos horizontes fantásticos.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 396

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069