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Capítulo 6: O substituto do Procurador Régio

Página 44
Trata-se de um rapaz já amadurecido e da minha confiança. Vi com prazer o marquês e a marquesa de Saint-Méran tomarem-no como genro e ter-lhes-ia aconselhado essa aliança se não tivessem sido os primeiros a pedir-me licença para a contrair.»

- O rei disse isso, conde? - exclamou Villefort, extasiado.

- Foram as suas próprias palavras, e se o marquês quiser ser franco confessará que o que acabo de dizer se harmoniza perfeitamente com o que o rei lhe disse a ele próprio quando lhe falou, há seis meses, de um projeto de casamento entre a filha e você

- É verdade - confirmou o marquês.

- Oh, deverei tudo a esse digno príncipe! Por isso, que não farei para o servir! - Ora até que enfim! - disse a marquesa. - É assim que gosto de o ver. Se neste momento aparecesse um conspirador, seria bem-vindo.

- Pois eu, minha mãe - atalhou Renée -, peço a Deus que a não escute e envie ao Sr. de Villefort apenas uns ladrõezecos, modestos falidos e tímidos vigaristas. Se assim acontecer, dormirei tranquila.

- É como se desejasse ao médico enxaquecas, sarampos e picadas de vespas, tudo coisas que afetam apenas a epiderme observou Villefort, rindo - Ora se, pelo contrário, me quiser ver procurador régio deseje-me dessas doenças terríveis cuja cura honra o médico.

Neste momento, e como se o acaso nada mais tivesse esperado do que a formulação do desejo de Villefort para o satisfazer, entrou um criado que lhe disse algumas palavras ao ouvido. Villefort pediu licença para deixar a mesa e voltou pouco depois de rosto aberto e lábios sorridentes.

Renée olhou-o com amor. Porque visto assim, com os seus olhos azuis, a sua tez mate e as suas suíças pretas, que lhe emolduravam o rosto, era realmente um elegante e bonito jovem. Por isso, todo o espírito da jovem pareceu ficar suspenso dos seus lábios enquanto esperava que ele explicasse a causa do seu desaparecimento momentâneo.

- Bom - disse Villefort -, há pouco ambicionava, Mademoiselle, ter por marido um médico. Ora eu tenho com os discípulos de Esculápio (ainda se falava assim em 1815) pelo menos esta semelhança: nunca me pertence o momento que passa, vêm incomodar-me mesmo junto de si, mesmo no meu banquete de noivado.

- E por que motivo o incomodaram, senhor? - perguntou a linda jovem, com uma ligeira inquietação.

- Oh, por causa de um doente que, a crer no que me disseram, se deve encontrar em estado desesperado! Desta vez trata-se de um caso grave e a doença anda perto do cadafalso! - Oh, meu Deus! - exclamou Renée, empalidecendo.

- Sim?! - disseram em uníssono os convivas.

- Parece que se acaba de descobrir, muito simplesmente, uma conspiraçãozinha bonapartista...

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 44

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069