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Capítulo 52: Toxicologia

Página 509

- O álbum... - pediu Edouard.

- Como, o álbum?

- Sim, quero o álbum...

- Porque recortou as gravuras?

- Porque isso me diverte.

- Vá-se embora! Vá!

- Não vou se não me der o álbum - replicou o garoto, sentando-se num cadeirão, fiel ao seu hábito de nunca ceder.

- Tome e deixe-nos tranquilos - disse a Sr.ª de Villefort.

E deu o álbum a Edouard, que saiu, acompanhado da mãe. O conde seguiu com a vista a Sr.ª de Villefort.

- Vejamos se ela fecha a porta... - murmurou Monte-Cristo.

A Sr.ª de Villefort fechou a porta com o maior cuidado depois de o garoto sair. O conde não pareceu dar por isso. Depois, a jovem senhora olhou à sua volta e sentou-se novamente na sua conversadeira.

- Permita-me que lhe observe, minha senhora - disse o conde com a bonomia que lhe conhecemos -, que é muito severa com aquele encantador maganão.

- Assim é preciso, senhor - explicou a Sr.ª de Villefort, com autênticos ares de mãe severa.

- O Sr. Edouard recitava o seu Cornélio Nepos quando se referia ao rei Mitridates - observou o conde -, e a senhora interrompeu-o numa citação que prova que o seu preceptor não tem perdido o seu tempo com ele e que o seu filho está muito adiantado para a idade.

- De facto, senhor - respondeu a mãe, agradavelmente lisonjeada -, tem uma grande facilidade e aprende tudo o que quer. Só tem um defeito, ser muito voluntarioso. Mas, a propósito do que ele dizia, acha, Sr. Conde, que por exemplo Mitridates se daria ao incómodo de tomar tais precauções e que essas precauções fossem eficazes?

- Tanto acho, minha senhora, que eu, que lhe falo, as tomei para não ser envenenado em Nápoles, Palermo e Esmirna, isto é, em três ocasiões em que, sem essa precaução, poderia ter perdido a vida.

- E o meio que empregou deu-lhe resultado?

- Perfeitamente.

- Sim, é verdade, lembro-me de já me ter contado qualquer coisa desse género em Perúsia.

- Deveras? - perguntou o conde, com uma surpresa admiravelmente simulada. - Não me lembro...

- Perguntava-lhe se os venenos actuavam igualmente e com idêntica energia sobre os homens do Norte e sobre os homens do Meio-Dia, e o senhor respondia-me que os temperamentos frios e linfáticos dos Setentrionais não representavam a mesma aptidão que a rica e enérgica natureza das pessoas do Meio-Dia.

- É verdade - reconheceu Monte-Cristo. - Vi russos devorar, sem serem incomodados, substâncias vegetais que matariam infalivelmente um napolitano ou um árabe.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 509

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069