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Capítulo 57: O campo de Luzerna

Página 560

- Bom, se o casamento lhe é antipático, não daria ouvidos a qualquer outra proposta, quanto mais não fosse para o romper?

- Não tenha ilusões a esse respeito, Maximilien. Não são os maridos que ela detesta, é o casamento.

- Como? O casamento! Se detesta assim tanto o casamento, por que motivo se casou?

- Não me está a compreender, Maximilien. Quando há um ano falei em retirar-me para um convento, ela, apesar das observações que achou dever fazer, aceitou a minha sugestão com alegria. O meu próprio pai concordou, instigado por ela, estou certa. Só o meu pobre avô me reteve. Não pode imaginar, Maximilien, quanta expressão há nos olhos do pobre velho, que só a mim ama no mundo e que, Deus me perdoe se é uma blasfémia, só por mim é amado no mundo. Se soubesse como me olhou quando soube a minha resolução, o que havia de censuras naquele olhar e de desespero nas lágrimas que lhe corriam, sem queixumes, sem suspiros, ao longo das faces imóveis! Ah, Maximilien, experimentei qualquer coisa como um remorso! Lancei-me a seus pés gritando: «Perdão! Perdão, avô! Farão de mim o que quiserem, mas nunca o deixarei.« Então, ergueu os olhos ao céu. Maximilien, poderei sofrer muito, mas aquele olhar do meu velho avô recompensou-me antecipadamente do que sofrerei.

- Querida Valentine! É um anjo e não sei realmente como mereci, espadeirando beduínos a torto e a direito, a menos que Deus os tenha considerado infiéis, não sei, repito, como mereci que se interessasse por mim. Mas enfim, vejamos, Valentine, que interesse tem a Sr.ª de Villefort em que não secase?

- Não me ouviu dizer há pouco que era rica, Maximilien, demasiado rica? Da parte da minha mãe tenho perto de cinquenta mil libras de rendimento; o meu avô e a minha avó, o marquês e a marquesa de Saint-Méran, devem deixar-me outro tanto, e o Sr. Noirtier tem visivelmente a intenção de me tornar a sua única herdeira. De tudo isto resulta portanto que, comparado comigo, o meu irmão Edouard, que não espera do lado da Sr.ª de Villefort nenhuma fortuna, é pobre. Ora, a Sr.ª de Villefort adora essa criança, e se eu entrasse para o convento toda a minha fortuna, concentrada em meu pai, que herdaria do marquês, da marquesa e de mim, reverteria a favor do filho.

- Oh, como é estranha essa cupidez numa jovem e bela mulher!

- Note que não se trata dela, Maximilien, mas sim do filho, e que o que lhe censura como um defeito é quase uma virtude do ponto de vista do amor materno.

- Mas vejamos, Valentine, e se cedesse parte dessa fortuna a esse filho? - sugeriu Morrel.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 560

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069