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Capítulo 57: O campo de Luzerna

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- E como fazer semelhante proposta, sobretudo a uma mulher que não se cansa de salientar à boca cheia o seu desinteresse? - redarguiu Valentine.

- Valentine, o meu amor sempre foi para mim uma coisa sagrada, e como toda a coisa sagrada cobri-o com o véu do meu respeito e encerrei-o no meu coração. Ninguém no mundo, nem mesmo aminha irmã, suspeita da existência deste amor, que não confiei a quem quer que seja. Valentine, permite-me que fale deste amor a um amigo?

Valentine estremeceu.

- A um amigo?... - repetiu. - Oh, meu Deus, Maximilien, tremo só de o ouvir falar assim! A um amigo?... E quem é esse amigo?

- Escute, Valentine: nunca sentiu por ninguém uma dessas simpatias irresistíveis que fazem com que, embora vendo essa pessoa pela primeira vez, julgue conhecê-la há muito tempo, a ponto de perguntar a si própria onde e quando a viu, de forma que, na impossibilidade de se recordar, quer do lugar quer do tempo, acabe por se convencer ter sido num mundo anterior ao nosso e que tal simpatia não passa de uma recordação que desperta?

- Já.

- Pois aí tem o que senti a primeira vez que vi aquele homem extraordinário.

- Um homem extraordinário?...

- Sim.

- Que conhece há muito tempo?

- Apenas há oito ou dez dias.

- E chama seu amigo a um homem que conhece há oito ou dez dias? Oh, Maximilien, julgava-o mais avaro do belo nome de amigo!

- Logicamente tem razão, Valentine. Mas diga o que disser, nada me fará mudar de opinião acerca deste sentimento instintivo. Creio que esse homem estará envolvido em tudo o que me acontecer de bom no futuro, futuro que às vezes o seu olhar profundo parece conhecer e a sua mão poderosa dirigir.

- Trata-se portanto de um adivinho? - perguntou, sorrindo, Valentine.

- Palavra que muitas vezes me sinto tentado a crer que adivinha... o bem, sobretudo - respondeu Maximilien

- Oh, apresente-me esse homem, Maximilien! - pediu Valentine, tristemente. - Quero que me diga se serei amada o suficiente para me sentir recompensada de tudo o que tenho sofrido.

- Pobre amiga! Mas a Valentine conhece-o!

- Eu?

- Sim. é aquele que salvou a vida à sua madrasta e ao filho.

- O conde de Monte-Cristo?

- O próprio.

- Oh, esse nunca poderá ser meu amigo, pois é-o demasiado da minha madrasta! - exclamou Valentine.

- O conde, amigo da sua madrasta, Valentine? O meu instinto não se enganaria a esse ponto. Estou certo de que está enganada.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 561

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069