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Capítulo 72: A Sra. de Saint-Méran

Página 674
Mesmo assim, hesitava em acordá-lo quando tive a impressão de que o rosto se lhe purpureava e as veias das têmporas lhe latejavam mais violentamente do que de costume. No entanto, como anoitecera e não notei mais nada, deixei-o dormir. De repente, soltou um grito abafado e dilacerante como o de um homem que sofre a sonhar, e, num movimento brusco, inclinou a cabeça para trás.

Chamei o criado de quarto, mandei parar o postilhão e chamei o Sr. de Saint-Méran, a quem dei a respirar o meu frasco de sais, mas tudo acabara: estava morto e foi ao lado de um cadáver que cheguei a Aix.

Villefort permanecia estupefacto, de boca aberta.

- Claro que chamou o médico?...

- Imediatamente. Mas, como já lhe disse, era demasiado tarde.

- Sem dúvida. Mas conseguiu ao menos descobrir de que doença morrera o pobre marquês?

- Meu Deus, senhor, claro que conseguiu! Ele disse-mo: parece que foi uma apoplexia fulminante.

- E que fez então a senhora?

- O Sr. de Saint-Méran sempre dissera que se morresse longe de Paris queria que o seu corpo fosse sepultado no jazigo de família. Mandei-o meter num caixão de chumbo e precedo-o de alguns dias.

- Oh, meu Deus, pobre mãe! - exclamou Villefort. - Tantas canseiras depois de semelhante golpe e na sua idade!

- Deus deu-me forças até ao fim. De resto, o querido marquês teria com certeza feito por mim o que fiz por ele. É certo que desde que me separei dele parece-me que enlouqueci. Não consigo chorar. Verdade seja que se diz que na minha idade já não há lágrimas; no entanto, parece-me que quando se sofre tanto se deveria poder chorar. Onde está Valentine, senhor? Foi por ela que viemos; quero ver Valentine.

Villefort pensou que seria horrível responder que Valentine estava num baile. Por isso, limitou-se a dizer à marquesa que a neta saíra com a madrasta, mas que ia mandar preveni-la.

- Imediatamente, senhor; imediatamente, suplico-lhe - pediu a velha senhora.

Villefort tomou o braço da Sr.ª de Saint-Méran e acompanhou-a ao seu quarto.

- Descanse, minha mãe - recomendou.

Ao ouvir esta última palavra, a marquesa levantou a cabeça, e ao ver aquele homem, que lhe recordava a filha tão chorada, mas que ressuscitava para ela em Valentine, sentiu-se comovida. Aquele nome de mãe fê-la romper em lágrimas e cair de joelhos junto de uma poltrona, onde escondeu a cabeça venerável.

Villefort recomendou-a aos cuidados das mulheres, enquanto o velho Barrois subia muito transtornado ao quarto do amo.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 674

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069