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Capítulo 72: A Sra. de Saint-Méran

Página 677

- Senhor - disse a Sr.ª de Saint-Méran sem empregar qualquer circunlóquio, como se receasse que o tempo lhe faltasse -, vamos ao assunto: não me escreveu acerca do casamento desta criança?

- Escrevi, sim, minha senhora - respondeu Villefort. - Trata- se até de mais do que de um projecto, trata-se de uma convenção.

- O seu futuro genro chama-se Franz de Epinay?

- Chama, sim, minha senhora.

- E é filho do general de Epinay, que era dos nossos e foi assassinado poucos dias antes de o usurpador regressar da ilha de Elba?

- Exactamente.

- Essa aliança com a neta de um jacobino não lhe repugna?

- As nossas dissensões sociais acabaram-se, felizmente, minha mãe - redarguiu Villefort. - O Sr. de Epinay era quase uma criança quando o pai morreu; conhecia muito mal o Sr. Noirtiere. Vê-lo-á, senão com prazer, pelo menos com indiferença.

- É um partido vantajoso?

- Sob todos os aspectos.

- O rapaz...

- Goza da consideração geral.

- E é decente?

- É um dos homens mais distintos que conheço.

Valentine permaneceu calada durante toda esta conversa.

- Pois bem, senhor - disse a Sr.ª de Saint-Méran. após alguns segundos de reflexão -, é melhor despachar-se porque me resta pouco tempo de vida.

- A senhora?! A avozinha ?! - exclamaram o Sr. de Villefort e Valentine.

- Sei o que digo - prosseguiu a marquesa. - Portanto, despachem-se, para que, já que não tem mãe, ela tenha ao menos a avó para lhe abençoar o casamento. Sou a única pessoa que lhe resta do lado da minha pobre Renée, que o senhor esqueceu tão depressa...

- Minha senhora, esquece-se de que era preciso dar uma mãe a esta pobre criança, que já a não tinha! - protestou Villefort.

- Uma madrasta nunca é uma mãe, senhor! Mas não é disso que se trata agora, trata-se de Valentine. Deixemos os mortos sossegados.

Tudo isto era dito com tal volubilidade e tal tom que havia qualquer coisa neste diálogo que se assemelhava a um princípio de delírio.

- Será feita a sua vontade, minha senhora - disse Villefort -, e com tanto mais prazer quanto é certo a sua vontade estar de acordo com a minha. Assim que o Sr. de Epinay chegar a Paris...

- Minha boa avozinha - interveio Valentine -, as conveniências, o luto tão recente... Desejaria fazer um casamento sob tão tristes auspícios?

- Minha filha - interrompeu-a vivamente a avó -, deixemo-nos dessas razões vulgares que impedem os espíritos fracos de construir solidamente o futuro. Também casei no leito de morte da minha mãe e não fui decerto infeliz por isso.

- Outra vez essa ideia de morte, senhora! - ralhou Villefort.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 677

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069