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Capítulo 76: Os progressos de Cavalcanti filho

Página 724

Quando Monte-Cristo entrou no boudoir onde já uma vez introduzimos os nossos leitores e a baronesa seguia com olhar bastante inquieto os desenhos que a filha lhe passava depois de os ver com o Sr. Cavalcanti filho, a sua presença produziu o efeito habitual e foi sorrindo que, depois de se sentir um bocadinho perturbada ao ouvir o nome do visitante, a baronesa recebeu o conde.

Este, pela sua parte, abarcou toda a cena num olhar. Junto da baronesa, e quase deitada num canapé, encontrava-se Eugénie. Cavalcanti estava de pé vestido de preto como um herói de Goethe, de sapatos de vernize meias de seda branca bordadas, passava uma das mãos, suficientemente branca e razoavelmente tratada, pelos cabelos louros, no meio dos quais cintilava um diamante que, apesar dos conselhos de Monte-Cristo, o vaidoso jovem não resistira ao desejo de usar no dedo mendinho.

O gesto era acompanhado de olhares assassinos lançados a Mademoiselle Danglars e de suspiros enviados na mesma direcção dos olhares.

Mademoiselle Danglars continuava a ser a mesma, isto é, bela, fria e trocista. Nenhum daqueles olhares nem nenhum daqueles suspiros de Andrea lhe escapavam. Mas dir-se-ia que deslizavam pela couraça de Minerva, couraça que alguns filósofos pretendem cobrir por vezes o peito de Safo.

Eugénie cumprimentou friamente o conde e aproveitou as dificuldades iniciais da conversa para se retirar para a sua sala de estudos, onde não tardaram a ouvir-se duas vozes risonhas e barulhentas de mistura com os primeiros acordes de um piano. Monte-Cristo ficou assim a saber que Mademoiselle Danglars acabava de preferir à sua e à de Cavalcanti a companhia de Mademoiselle Louise de Armilly, sua professora de canto.

Foi sobretudo então que, enquanto conversava com a Sra. Danglars e embora parecesse absorvido pelo encanto da conversa, o conde notou a solicitude do Sr. Andrea Cavalcanti e a sua maneira de ir escutar a música à porta, que não ousava transpor, e de manifestar a sua admiração.

O banqueiro não tardou a regressar. O seu primeiro olhar foi para Monte-Cristo, é certo, mas o segundo foi para Andrea.

Quanto à mulher, cumprimentou-a como certos maridos cumprimentam a esposa, isto é, de uma maneira de que os solteiros só poderão fazer ideia quando for publicado o código minucioso da conjugalidade.

- Então aquelas meninas não o convidaram para tocar com elas? -perguntou Danglars a Andrea.

- Infelizmente, não, senhor - respondeu Andrea, com um suspiro ainda mais profundo do que os outros.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 724

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069