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Capítulo 77: Haydée

Página 734

- Palavra, meu caro visconde, que está votado à música esta noite; só escapou ao piano de Mademoiselle Danglars para cair na gusla de Haydée.

- Haydée! Que nome adorável! Há portanto mulheres que se chamam realmente Haydée sem ser nos poemas de Lorde Byron?

- Com certeza. Haydée é um nome muito raro em França, mas bastante comum na Albânia e no Epiro. É como se dissesse, por exemplo, castidade, pudor, inocência. Trata-se de uma espécie de nome de baptismo, como dizem os seus Parisienses.

- Oh, como é encantador! - exclamou Albert, como se esperasse ver as nossas francesas chamarem-se Mademoiselle Bondade, Mademoiselle Silêncio, Mademoiselle Caridade Cristã! – Imagine se Mademoiselle Danglars, em vez de se chamar Claire- Marie-Eugénie, como se chama, se chamasse Mademoiselle Castidade Pudor Inocência Danglars - apre! -, o efeito que isso não faria numa publicação de banhos!

- Louco! - redarguiu o conde. - Não graceje tão alto que Haydée poderá ouvi-lo.

- E zangar-se-ia?

- Não - respondeu o conde, com o seu ar altivo.

- É boa pessoa? - perguntou Albert.

- Não se trata de bondade, mas sim de dever: uma escrava não se zanga com o seu senhor.

- Vamos, não graceje o senhor agora! Porventura ainda há escravos?

- Sem dúvida, uma vez que Haydée é a minha.

- Com efeito, o senhor não faz nada nem é em nada como os outros. Escrava do Sr. Conde de Monte-Cristo! É uma posição em França. Da forma como o senhor espalha o dinheiro, é um lugar que deve valer cem mil escudos por ano.

- Cem mil escudos! A pobre criança já possuiu mais do que isso. Veio de um mundo em que os tesouros são tantos que ao pé deles os das Mil e Uma Noites são bem pouca coisa.

- É portanto realmente uma princesa?

- Sem dúvida nenhuma, e até uma das maiores do seu país.

- Já tinha imaginado. Mas como se tornou uma grande princesa escrava?

- Como se tornou Dinis, o Tirano, professor primário? Acasos da guerra, meu caro visconde, caprichos da sorte.

- E o seu nome é segredo?

- É, para toda a gente. Mas para o senhor, caro visconde, que é um dos meus amigos e que se calará... Não é verdade que me promete calar-se?

- Oh, palavra de honra!

- Conhece a história do paxá de Janina?

- De Ali-Tebelin? Sem dúvida, pois foi ao seu serviço que o meu pai fez fortuna.

- É verdade, tinha-me esquecido.

- Bom, que era Haydée a Ali-tebelin?

- Sua filha, muito simplesmente.

- Como, filha de Ali- Paxá?!

- E da bela Vasiliki.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 734

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069