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Capítulo 77: Haydée

Página 736

- Quem me trazes? - perguntou em romaico a jovem a Monte-Cristo. - Um irmão, um amigo, um simples conhecido ou um inimigo?

- Um amigo - respondeu Monte-Cristo na mesma língua.

- O seu nome?

- O visconde Albert, o mesmo que tirei das mãos dos bandidos em Roma.

- Em que língua queres que lhe fale? Monte-Cristo virou-se para Albert e perguntou-lhe:

- Conhece o grego moderno?

- Ai de mim, nem mesmo o grego antigo, meu caro conde! - respondeu Albert. - Nunca Homero e Platão tiveram mais fraco e, ouso até dizer, mais desdenhoso estudante.

- Então - disse Haydée, provando com as suas próprias palavras que entendera a pergunta de Monte-Cristo e a resposta de Albert -, falarei em francês ou em italiano, se o meu senhor desejar que fale.

Monte-Cristo reflectiu um instante.

- Falarás em italiano - disse.

Depois, virando-se para Albert:

- É pena que não perceba o grego moderno ou o grego antigo, pois Haydée fala ambos admiravelmente. A pobre pequena vai ser obrigada a falar-lhe em italiano, o que talvez lhe dê uma falsa ideia a seu respeito.

Em seguida fez um sinal de Haydée.

- Seja bem-vindo, amigo, que vem com o meu senhor e amo - disse a jovem em excelente toscano, com a suave pronúncia romana que torna a língua de Dante tão sonora como a língua de Homero. - Ali, café e cachimbos!

E Haydée fez com a mão sinal a Albert para se aproximar, enquanto Ali se retirava para cumprir as ordens da sua jovem.

Monte-Cristo indicou a Albert dois bancos articulados e cada um foi buscar o seu, que trouxe para junto de uma espécie de mesinha cujo centro era ocupado por um narguilé e na qual se viam com profusão flores naturais, desenhos e álbuns de música.

Ali regressou com o café e os chíbuques. Quanto ao Sr. Baptistin, aquela parte da casa estava-lhe vedada.

Albert recusou o cachimbo que lhe apresentava o núbio.

- Oh, aceite, aceite! - disse Monte-Cristo. - Haydée é quase tão civilizada como uma parisiense. O havano é-lhe desagradável porque não aprecia os maus cheiros. Mas o tabaco do Oriente é um perfume, como sabe.

Ali saiu.

As chávenas de café estavam preparadas. Apenas se juntara, para Albert, um açucareiro. Monte-Cristo e Haydée tomavam a bebida árabe à moda dos árabes, isto é, sem açúcar.

Haydée estendeu a mão e pegou com a ponta dos deditos rosados e afilados a chávena de porcelana do Japão, que levou aos lábios com o prazer ingénuo de uma criança que bebe ou come uma coisa de que gosta.

Ao mesmo tempo, entraram duas mulheres com mais duas bandejas carregadas de gelados e sorvetes, que depositaram em cima de duas mesinhas destinadas a esse fim.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 736

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069