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Capítulo 88: O insulto

Página 841
Decerto compreende que conto consigo para ir à ópera. Se puder, traga-me o Château-Renaud.

Beauchamp aproveitou a dispensa e deixou Albert, depois de lhe prometer ir buscá-lo às oito horas menos um quarto.

Regressado a casa, Albert preveniu Franz, Debray e Morrel de que gostaria de os ver naquela noite na ópera.

Depois foi visitar a mãe, que desde os acontecimentos da véspera não recebia ninguém e se conservava no seu quarto. Encontrou a de cama, esmagada pela dor daquela humilhação pública.

A visita de Albert produziu em Mercédès o efeito que era de esperar: apertou a mão do filho e rompeu em soluços.

Contudo, as lágrimas aliviaram-na.

Albert permaneceu um instante de pé e mudo junto da mãe.

Via-se pelo seu rosto pálido e pelo sobrolho franzido que a sua resolução de vingança se arraigava cada vez mais no seu coração.

- Minha mãe, conhece algum inimigo ao Sr. de Morcerf? - perguntou Albert.

Mercédès estremeceu. Notara que o jovem não dissera «ao meu pai»

- Meu amigo - respondeu -, as pessoas na posição do conde têm muitos inimigos que não conhecem. Aliás, os inimigos que se conhecem não são, como sabe, os mais perigosos.

- Sim, bem sei; por isso apelo para toda a sua perspicácia. Minha mãe é uma mulher tão superior que nada lhe escapa!

- Porque me diz isso?

- Porque a senhora notou, por exemplo, que na noite do baile que demos o Sr. de Monte-Cristo não quis tomar nada em nossa casa.

Mercédès soergueu-se toda trémula num braço, a arder em febre.

- O Sr. de Monte-Cristo! - exclamou. - E que relação tem isso com a pergunta que me faz?

- Como sabe, minha mãe, o Sr. de Monte-Cristo é quase um homem do Oriente, e os Orientais, para conservarem toda a liberdade de vingança, nunca comem nem bebem em casa dos seus inimigos...

- Diz que o conde de Monte-Cristo é nosso inimigo, Albert? - perguntou Mercédès, tornando-se mais pálida do que o lençol que a cobria. - Quem lhe disse isso? Porquê? Está louco, Albert. O Sr. de Monte-Cristo só tem tido atenções para connosco. O Sr. de Monte-Cristo salvou-lhe a vida, foi o senhor mesmo que no-lo apresentou. Oh, peço-lhe, meu filho, se teve semelhante ideia, afaste-a! E já agora quero fazer-lhe uma recomendação, direi mais, quero fazer-lhe um pedido: dê-se bem com ele.

- Minha mãe - replicou o jovem, com um olhar sombrio -, tem decerto as suas razões para me dizer que poupe esse homem.

- Eu?! - exclamou Mercédès, corando com a mesma rapidez com que empalidecera e tornando-se quase imediatamente ainda mais pálida do que anteriormente.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 841

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069