- Oh, esteja tranquilo! Morrel dirigiu-se para Beauchamp e Château-Renaud. Estes, ao verem aproximar-se Maximilien, deram alguns passos ao seu encontro.
Os três jovens cumprimentaram-se, se não com afabilidade, pelo menos com cortesia.
- Perdão, meus senhores, mas não vejo o Sr. de Morcerf - observou Morrel.
- Mandou-nos avisar esta manhã de que se nos juntaria apenas aqui - respondeu Château-Renaud.
- Ah! - exclamou Morrel.
Beauchamp puxou do relógio.
- Oito e cinco; o atraso não é grande, Sr. Morrel - disse.
- Oh, não foi com essa intenção que falei! – respondeu Maximilien.
- De resto - interveio Château-Renaud -, vem aí uma carruagem.
Com efeito, uma carruagem avançava a galope por uma das avenidas que desembocavam no cruzamento onde se encontravam.
- Suponho, meus senhores - disse Morrel -, que vieram munidos de pistolas. O Sr. Conde de Monte-Cristo declara renunciar ao direito de se servir das suas.
- Previmos essa delicadeza da parte do conde, Sr. Morrel respondeu Beauchamp -, e trouxe armas que comprei há oito ou dez dias julgando que me seriam necessárias num caso idêntico. Estão absolutamente novas e ninguém se serviu ainda delas. Quer vê-las?
- Sr. Beauchamp - redarguiu Morrel, inclinando-se -, uma vez que me garante que o Sr. de Morcerf não conhece essas armas, não acha que a sua palavra me basta?
- Meus senhores - disse Château-Renaud -, não é Morcerf que vem naquela carruagem, são, se não me engano... Franz e Debray.
Com efeito, os dois jovens anunciados aproximavam-se.
- Por aqui, meus senhores? - estranhou Château-Renaud, trocando com cada um o seu aperto de mão. - Por que acaso...
- Estamos aqui - atalhou Debray - porque Albert nos mandou pedir esta manha que viéssemos.
Beauchamp e Château-Renaud entreolharam-se atónitos.
- Meus senhores, creio compreender - interveio Morrel.
- Sim?...
- Ontem à tarde recebi uma carta do Sr. de Morcerf pedindo-me que fosse à ópera.
- E eu também - disse Debray.
- E eu - secundou-o Franz.
- E nós também - disseram Château-Renaud e Beauchamp.
- Queria que estivessem presentes quando da provocação – disse Morrel - e quer que assistam ao duelo.
- Sim, deve ser isso, Sr. Maximilien - admitiram os jovens. - É muito provável que tenha acertado.
- Mas o caso é que Albert não aparece - murmurou Château-Renaud. - Já está atrasado dez minutos.
- Ele aí está! - anunciou Beauchamp. - E a cavalo... Vejam, vem a galope seguido do criado.
- Que imprudência vir a cavalo para se bater à pistola! - exclamou Chateau-Renaud - E eu que lhe ensinei tão bem a lição!...