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Capítulo 90: O duelo

Página 862

- Além disso, veja - acrescentou Beauchamp - colarinho e gravata, sobrecasaca aberta, colete branco... Porque não desenhou também um alvo no estômago? Seria mais simples e acabaria tudo mais depressa!

Entretanto, Albert chegara a dez passos do grupo formado pelos cinco jovens. Deteve o cavalo, desmontou e atirou a rédea para o braço do criado.

Aproximou-se.

Estava pálido e tinha os olhos vermelhos e inchados. Via-se que não dormira um segundo toda a noite.

Cobria-lhe a fisionomia um matiz de gravidade triste, que lhe não era habitual.

- Obrigado, meus senhores, por se terem dignado aceitar o meu convite - disse. - Creiam que lhos não posso estar mais reconhecido por essa prova de amizade.

Quando Morcerf se aproximara, Morrel dera uma dezena de passos atrás e encontrava-se afastado.

- Os meus agradecimentos são também extensivos a si, Sr. Morrel - declarou Albert. - Aproxime-se, pois, que não está a mais.

- Senhor - respondeu Maximilien -, talvez ignore que sou testemunha do Sr. de Monte-Cristo...

- Não tinha a certeza, mas já calculava. Tanto melhor, quantos mais homens de honra houver aqui mais satisfeito me sentirei.

- Sr. Morrel - disse Château-Renaud -, pode anunciar ao Sr. Conde de Monte-Cristo que o Sr. de Morcerf já chegou e que estamos à sua disposição.

Morrel fez um gesto para se ir desempenhar da sua missão.

Ao mesmo tempo, Beauchamp tirava a caixa das pistolas da carruagem.

- Esperem, meus senhores - atalhou Albert. - Tenho duas palavras a dizer ao Sr Conde de Monte-Cristo.

- Em particular? - perguntou Morrel.

- Não, senhor, diante de toda a gente.

As testemunhas de Albert entreolharam-se deveras surpreendidas. Franz e Debray trocaram algumas palavras em baixa e Morrel, satisfeito com aquele incidente inesperado, foi ter com o conde, que passeava numa alameda lateral com Emmanuel.

- Que me quer ele? - perguntou Monte-Cristo.

- Ignoro, mas pede para falar consigo.

- Oh, que não tente Deus com qualquer novo ultraje! – exclamou Monte-Cristo.

- Não creio que seja essa a sua intenção - tranquilizou-o Morrel.

O conde aproximou-se acompanhado de Maximilien e Emmanuel. O seu rosto calmo e cheio de serenidade contrastava estranhamente com o rosto transtornado de Albert, que também se aproximava seguido dos quatro jovens.

A três passos um do outro, Albert e o conde pararam.

- Meus senhores, aproximem-se - disse Albert. - Desejo que nem uma palavra do que vou ter a honra de dizer ao Sr. Conde de Monte-Cristo se perca. Porque o que vou ter a honra de lhe dizer deverá ser repetido pelos senhores a quem entenderem, por mais estranho que o meu discurso lhes pareça.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 862

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069