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Capítulo 92: O suicídio

Página 872

- Desculpas no campo da honra!... - exclamou o jovem capitão, abanando a cabeça.

- Então, espero que não vá cair nos preconceitos dos homens vulgares, Morrel... - observou o conde com suavidade. - Não chegou à conclusão de que, uma vez que Albert é corajoso, não pode ser cobarde? Que devia ter algum motivo para proceder como procedeu esta manhã e que portanto a sua conduta foi mais heróica do que outra coisa?

- Sem dúvida, sem dúvida - respondeu Morrel. - Mas é caso para dizer como o espanhol: - foi menos corajoso hoje do que ontem.

- Toma o pequeno-almoço comigo, não é verdade, Morrel? - perguntou Monte-Cristo para mudar de assunto.

- Não, deixo-o às dez horas.

- O seu encontro é então para tomar o pequeno-almoço?...

Morrel sorriu e abanou a cabeça.

- Mas, enfim, com certeza tem de tomar o pequeno-almoço em algum lado...

- E se eu não tiver fome? - observou o rapaz.

- Oh, só conheço dois sentimentos que cortam assim o apetite: a dor (e como, felizmente, o vejo contentíssimo, não se trata disso) e o amor! Ora, depois do que me disse a propósito do seu coração, é-me permitido supor...

- Palavra, conde, que não o desminto! - replicou alegremente Morrel.

- E não me dizia nada, Maximilien? - notou o conde, num tom tão vivo que deixava transparecer o interesse que tinha em conhecer o segredo.

- Mostrei-lhe esta manhã que tinha um coração, não é verdade, conde? Como única resposta, Monte-Cristo estendeu a mão ao jovem.

- Pois bem - continuou este -, desde que esse coração já não está com o senhor no Bosque de Vincennes, será noutro lado que terei de o procurar...

- Vá - disse lentamente o conde -, vá, querido amigo, mas, por favor, se esbarrar com algum obstáculo, lembre-se de que tenho algum poder neste mundo, que tenho prazer em empregar esse poder em proveito das pessoas que estimo... e que o estimo, Morrel.

-Lembrar-me-ei disso como os filhos egoístas se lembram dos pais quando precisam deles - declarou Morrel. – Quando precisar do senhor, e talvez esse momento surja, recorrerei a si, conde.

- Fico com a sua palavra. Adeus.

- Até breve.

Tinham chegado à porta da casa dos Campos Elísios. Monte-Cristo abriu a portinhola e Morrel saltou para a calçada.

Bertuccio, esperava na escadaria.

Morrel meteu pela Avenida de Marigny e Monte-Cristo dirigiu-se vivamente ao encontro de Bertuccio.

- Então? - perguntou.

- Ela vai deixar a casa - respondeu o intendente.

- E o filho?

- Florentin, seu criado de quarto, pensa que vai fazer o mesmo.

- Venha.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 872

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069