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Capítulo 98: A estalagem do sino e da garrafa

Página 918

- Quer juntar a esses sete francos estes vinte?

- Com prazer, burguês! Vinte francos não é coisa que se despreze. Que é preciso fazer para isso?

- Uma coisa muito fácil se o seu cavalo não estiver cansado.

- Garanto-lhe que voará como o vento; basta dizer para que lado deve voar...

- Para o lado de Louvres.

- Ah, ah, conheço! Terra do ratafia, não é?...

- Exactamente. Trata-se apenas de apanhar um dos meus amigos com quem devo caçar amanhã na Chapelle-en-Serval. Devia esperar-me aqui com o seu cabriolé até às onze e meia e é meia-noite. Deve-se ter cansado de esperar e partiu sozinho.

- É provável.

- Bom, quer tentar apanhá-lo?

- Não pretendo outra coisa.

- Mas se o não apanharmos daqui ao Bourget, receberá vinte francos, e se o não apanharmos daqui a Louvres, trinta.

- E se o apanharmos?

- Quarenta! - respondeu Andrea, que tivera um momento de hesitação, mas reflectira que não arriscava nada em prometer.

- Vamos a isso! - disse o cocheiro. - Suba e a caminho.

Prrrum!...

Andrea subiu para o cabriolé, que, numa corrida rápida, atravessou o Arrabalde Saint-Denis, seguiu ao longo do Arrabalde Saint-Martin, atravessou a barreira e meteu pela interminável Villette.

Embora estivessem bem livres de apanhar o quimérico amigo, de vez em quando Cavalcanti perguntava aos transeuntes retardatários ou nas tabernas ainda abertas se tinham visto passar um cabriolé verde puxado por um cavalo baio escuro; e como na estrada dos Países Baixos circulam muitos cabriolés nove décimos dos quais verdes, as informações choviam a cada passo.

Acabavam sempre de o ver passar; não levava mais de quinhentos, duzentos ou cem passos de avanço; por fim, ultrapassavam-no e não era ele.

Uma vez o cabriolé foi por seu turno ultrapassado por uma caleça puxada rapidamente a galope por dois cavalos de posta.

- Ah, se tivesse aquela caleça, aqueles dois bons cavalos e sobretudo o passaporte que foi preciso para os alugar!... - suspirou Cavalcanti.

Aquela caleça era a que levava Mademoiselle Danglars e Mademoiselle de Armilly.

- Depressa! Depressa! - gritou Andrea. - Não deve faltar muito para o apanharmos.

E o pobre cavalo retomou o trote furioso em que viera desde a barreira e chegou todo fumegante a Louvres.

- Decididamente - disse Andrea -, não conseguirei apanhar o meu amigo e acabarei por matar o cavalo. Portanto, é melhor ficar por aqui. Tome os seus trinta francos; vou dormir no Cavalo Vermelho e seguirei na primeira carruagem em que tiver lugar. Boas noites, meu amigo.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 918

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069