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Capítulo 101: Locusta

Página 945

- Reconheci, mas não posso acreditar - respondeu.

- Pretere então morrer e fazer morrer Maximilien!...

- Meu Deus, meu Deus! - repeliu a jovem, quase desvairada. - Mas não poderei deixar esta casa, salvar-me?...

- Valentine, a mão que a persegue alcançá-la-á em qualquer lado. A poder de ouro comprará os seus criados e a morte surgir-lhe-á disfarçada sob todos os aspectos: na água que beber na fonte, no fruto que colher na árvore.

- Mas não me disse que a precaução do avozinho me imunizara contra o veneno?

- Contra um veneno e mesmo assim não empregado em dose forte.

Mudará de veneno ou aumentará a dose.

Pegou no copo e molhou os lábios.

- E isso já foi feito! Já não é com brucina que a envenenam, é com um simples narcótico. Reconheço o gosto do álcool em que o dissolveram. Se tivesse bebido o que a Sr.ª de Villefort acaba de deitar neste copo, Valentine, estaria perdida.

- Mas, meu Deus, por que motivo me persegue assim? - gritou a jovem.

- Como, é assim tão meiga, tão boa, tão pouco crente no mal que ainda não compreendeu, Valentine?

- Não, e nunca lhe fiz mal - respondeu a jovem.

- Mas a Valentine é rica! Tem duzentas mil libras de rendimento e impede que essas duzentas mil libras de rendimento sejam do filho dela!

- Como assim? A minha fortuna não lhe pertence, herdei-a da minha família.

- Claro, e foi por isso que o Sr. e a Sr.ª de Saint-Méran morreram: para que a Valentine herdasse deles. E aí está por que motivo, no dia em que a fez sua herdeira, o Sr. Noirtier foi também condenado, e por que motivo a Valentine devia morrer por seu turno: para que o seu pai herdasse de si e o seu irmão, tornado filho único, herdasse do seu pai.

-Édouard! Pobre criança, é por ele que se cometem todos esses crimes?

- Compreende, finalmente!

- Mas, meu Deus, contanto que tudo isso não caia sobre ele!

- É um anjo, Valentine.

- Mas o meu avô, renunciaram a matá-lo?

- Reflectiram que uma vez a Valentine morta a fortuna, a não ser que tivesse havido deserdação, reverteria naturalmente para o seu irmão e concluíam que o crime, além de inútil, era duplamente perigoso.

- E foi no espírito de uma mulher que semelhante combinação se forjou? Oh, meu Deus, meu Deus!

- Lembre-se de Perúsia, do caramanchão da estalagem da posta, do homem da capa escura que a sua madrasta interrogava acerca da aquatofana. Desde essa época que todo este projecto infernal amadurecia no seu cérebro.

- Oh, senhor, se é assim, bem vejo que estou condenada a morrer! - exclamou a meiga rapariga, lavada em lágrimas.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 945

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069