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Capítulo 104: A assinatura de Danglars

Página 966

Monte-Cristo meteu as cinco ordens de pagamento na algibeira com essa intraduzível expressão fisionómica que quer dizer «Demónio, veja lá, se se arrependeu, ainda está a tempo!...»

- Não, não - disse Danglars. - Decididamente, guarde as minhas assinaturas. Mas, como sabe, ninguém é mais formalista do que um financeiro. Destinava esse dinheiro aos hospícios e julgaria roubá-los se lhes não desse precisamente esse, como se um escudo não valesse outro. Desculpe! E desatou a rir ruidosamente, mas de nervoso.

- Desculpo e embolso - respondeu graciosamente Monte-Cristo.

E guardou as ordens na carteira.

- Mas não há mais uma verba de cem mil francos? - observou Danglars.

- Uma bagatela! - redarguiu Monte-Cristo. - O ágio deve ascender mais ou menos a essa importância. Guarde-a e ficaremos quites.

- Conde, o senhor fala a sério? - perguntou Danglars.

- Nunca brinco com os banqueiros - replicou Monte-Cristo com uma seriedade que raiava a impertinência.

E encaminhou-se para a porta precisamente no momento em que o criado anunciava:

- O Sr. de Boville, recebedor-geral dos Hospícios.

- Demónio, parece que cheguei a tempo de beneficiar das suas assinaturas! - exclamou Monte-Cristo - Disputam-lhas.

Danglars empalideceu segunda vez e apressou-se a despedir-se do conde.

Monte-Cristo trocou um cumprimento cerimonioso com o Sr. de Boville, que se encontrava de pé na sala de espera e que, depois dele sair, foi imediatamente introduzido no gabinete do Sr. Danglars.

No rosto grave do conde brilhou um sorriso efémero perante o aspecto da pasta que o Sr. Recebedor dos Hospícios trazia na mão.

Encontrou à porta a sua carruagem e fez-se conduzir imediatamente ao banco.

Entretanto, Danglars dominava o seu nervosismo e vinha ao encontro do recebedor-geral.

Escusado será dizer que o sorriso e a cortesia lhe estavam estereotipados nos lábios.

- Bons dias, meu caro credor, pois apostaria que é ao credor que devo esta visita.

- Adivinhou, Sr. Barão - respondeu o Sr. de Boville. - Os Hospícios apresentam-se-lhe na minha pessoa. As viúvas e os órfãos vêm pelas minhas mãos pedir-lhe uma esmola de cinco milhões.

- E ainda dizem que os órfãos são dignos de lástima! - exclamou Danglars, prolongando o gracejo. - Pobres crianças!

- Pois aqui estou em seu nome - insistiu o Sr. de Boville. - Decerto recebeu a minha carta de ontem?

- Recebi.

- Aqui está o meu recibo.

- Meu caro Sr. de Boville - disse Danglars -, as suas viúvas e os seus órfãos terão, se o senhor concordar, a bondade de esperar vinte e quatro horas, pois o Sr. de Monte-Cristo, que viu sair daqui... Viu-o, não é verdade?

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 966

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069