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Capítulo 82: O assalto

Página 797

- Isso é um nome de baptismo.

- Ele não tinha outro, era um enjeitado.

- E esse rapaz evadiu-se consigo?

- Evadiu.

- Como?

- Nós trabalhávamos em Saint-Mandrier, perto de Toulon. Conhece Saint-Mandrier?

- Conheço.

- Bom, enquanto o pessoal dormia, do meio-dia à uma hora...

- Forçados a dormirem a sesta! E ainda há quem tenha pena desses figurões! - exclamou o abade.

- Demónio, não se pode estar sempre a trabalhar - protestou Caderousse. - Um homem não é nenhum cão...

- Felizmente para os cães - redarguiu Monte-Cristo.

- Portanto, enquanto os outros dormiam a sesta, afastámo-nos um bocadinho, cortámos os ferros com uma lima fornecida pelo inglês e fugimos a nado.

- Que foi feito desse Benedetto?

- Não sei nada dele.

- Mas devia saber...

- Não sei, na verdade. Separámo-nos em Hyères.

E para dar mais força à sua afirmação, Caderousse avançou mais um passo para o abade, que permaneceu imóvel no seu lugar, sempre calmo e interrogador.

- Mente! - disse o abade Busoni, em tom de irresistível autoridade.

- Sr. Abade!...

- Mente! Esse homem é ainda seu amigo e o senhor serve-se dele talvez como cúmplice...

- Oh, Sr. Abade!...

- Desde que deixou Toulon, como tem vivido? Responda.

- Como tenho podido.

- Mente! - repetiu pela terceira vez o abade, em tom ainda mais imperioso.

Aterrado, Caderousse fitou o conde.

- O senhor tem vivido - prosseguiu este último - do dinheiro que ele lhe tem dado.

- Pronto, é verdade! - confessou Caderousse. - Benedetto tornou-se filho de um grande senhor.

- Como pode ser filho de um grande senhor?

- Filho natural.

- E como se chama esse grande senhor?

- Conde de Monte-Cristo, o mesmo em casa de quem estamos.

- Benedetto, filho do conde? - murmurou Monte-Cristo, atónito.

- Demónio, assim deve ser, uma vez que o conde lhe arranjou um falso pai, lhe dá quatro mil francos por mês e lhe deixa quinhentos mil francos em testamento!

- Ah, ah! - exclamou o falso abade, que começava a compreender.

- Que nome usa agora esse rapaz?

- Chama-se Andrea Cavalcanti.

- Então é o jovem que o meu amigo conde de Monte-Cristo recebe em sua casa e que vai casar com Mademoiselle Danglars?

- Exactamente.

- E o senhor permite isso, miserável? O senhor, que conhece a sua vida e a sua ignomínia?

- Porque havia eu de impedir um camarada de vencer na vida? - perguntou Caderousse.

- Tem razão. Não é ao senhor que compete prevenir o Sr. Danglars, é a mim.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 797

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069