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Capítulo 53: Roberto, o diabo

Página 527

- Vá ao seu camarote; é muito simples.

- Mas não fui apresentado...

- A quem?

- À bela grega.

- Não diz que é uma escrava?

- Digo, mas a senhora afirma que é uma princesa... Não, espero que quando me vir sair ele também saia.

- É possível. Vá!

- Cá vou.

Morcerf cumprimentou e saiu. Efectivamente, quando passava diante do camarote do conde, a porta abriu-se, o conde disse algumas palavras em árabe a Ali, que se encontrava no corredor, e pegou no braço de Morcerf.

Ali fechou a porta e ficou de pé diante dela. No corredor havia muito movimento à volta do núbio.

- Na verdade, o vosso Paris é uma cidade estranha e os vossos parisienses, um povo singular - disse Monte-Cristo. - Dir-se-ia que é a primeira vez que vêem um núbio. Veja como se comprimem à volta do pobre Ali, que não sabe o que querem dele. Quer saber uma coisa? Um parisiense pode ir, por exemplo, a Tunes, a Constantinopla, a Bagdade, ou ao Cairo, que ninguém fará círculo à sua volta.

- Porque vós, Orientais, sois pessoas sensatas e só olhais para o que vale a pena ser visto. Acredite, porém, que Ali só goza de tanta popularidade porque lhe pertence e porque neste momento o senhor é o homem da moda.

- Deveras? E a quem devo esse favor?

- Por Deus, a si mesmo! O senhor oferece parelhas de mil luíses, salva a vida à mulher do procurador régio, faz correr sob o nome de major Brack cavalos puros-sangues e jóqueis do tamanho de saguins... finalmente, ganha taças de ouro e oferece-as a mulheres bonitas.

- Quem diabo lhe contou todas essas loucuras?

- Ora essa! A primeira, a Sr.ª Danglars, que está mortinha por o ver no seu camarote, ou antes, que o vejam lá; a segunda, o jornal de Beauchamp, e a terceira, a minha própria imaginação. Porque chama ao seu cavalo Vampa, se quer guardar o incógnito?

- Tem razão! - admitiu o conde. - Foi uma imprudência. Mas diga-me, o conde de Morcerf nunca vem à ópera? Procurei-o com a vista e não o vi em parte alguma.

- Virá esta noite.

- E onde ficará? - No camarote da baronesa, parece-me.

- Aquela jovem encantadora que está com ela é sua filha?

- É.

- Dou-lhe os meus parabéns, meu amigo...

Morcerf sorriu.

- Voltaremos a falar disso mais tarde e em pormenor - redarguiu. - Que me diz da música?

- Qual música?

- Aquela que veio ouvir.

- Digo que é linda como música composta por um compositor humano e cantada por passarinhos de dois pés e sem penas, como dizia o defunto Diógenes.

- Essa é boa! Mas, meu caro conde, parece-me que poderia ouvir, se lhe apetecesse, os sete coros do Paraíso...

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 527

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069