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Capítulo 53: Roberto, o diabo

Página 526

- Isso vê-se facilmente pelo seu traje; não vale a pena dizer-me o que toda a sala já sabe tão bem como nós.

- Estou desolado - declarou Morcerf - por ser um cicerone tão ignorante, mas devo confessar que a tanto se limitam os meus conhecimentos. Sei também que é música, porque um dia em que tomei o pequeno-almoço com o conde ouvi os sons de uma gusla que não podiam vir certamente senão dela.

- O seu conde recebe? - perguntou a Sr.ª Danglars.

- E de uma forma esplêndida, juro-lhe.

- Tenho de convencer Danglars a oferecer um jantar, um baile, ao conde de Monte-Cristo; enfim, qualquer coisa que nos retribua.

- É capaz de ir a casa dele? - perguntou Debray, rindo.

- Porque não? Com o meu marido! - Mas ele é solteiro, esse misterioso conde.

- Bem vê que não - redarguiu também rindo a baronesa, indicando a bela grega.

- Essa mulher é uma escrava, segundo ele próprio nos disse. - Lembra-se, Morcerf.

- Admita, meu caro Lucien, que tem mais o ar de uma princesa - observou a baronesa.

- Das Mil e Uma Noites.

- Das Mil e Uma Noites, não digo que não. Mas que faz as princesas, meu caro? São os diamantes, e esta está coberta deles.

- Até de mais - observou Eugénie. - Seria mais bonita sem eles, pois ver-se-lhe-iam o colo e as mãos, que são encantadores de forma.

- Oh, a artista! Reparem como se apaixona! - exclamou a Sr.ª Danglars.

- Gosto de tudo o que é belo - redarguiu Eugénie.

- Então que me diz do conde? - perguntou Debray. - Parece-me que também não está mal...

- O conde? - volveu-lhe Eugénie, como se ainda não tivesse pensado em observá-lo. - O conde é demasiado pálido.

- Precisamente nessa palidez é que reside o segredo que buscamos - disse Morcerf. - A condessa G... afirma, como sabem, que é um vampiro.

- Está então de volta, a condessa G ... perguntou a baronesa.

- Está naquele camarote lateral, quase defronte de nós, minha mãe - informou Eugénie. - Aquela mulher, com os seus admiráveis cabelos louros, é ela.

- Oh, sim, claro! - exclamou a Sr.ª Danglars. - Sabe o que devia fazer, Morcerf?

- Ordene, minha senhora.

- Devia ir visitar o seu conde de Monte-Cristo e trazê-lo cá.

- Para quê? - perguntou Eugénie.

- Para lhe falarmos. Não tens curiosidade de o ver?

- Nenhuma.

- Estranha criança! - murmurou a baronesa.

- Oh, provavelmente virá por si mesmo! - informou Morcerf. - Repare, viu-a, minha senhora, e está a cumprimentá-la.

A baronesa retribuiu ao conde o cumprimento, acompanhado de um sorriso encantador.

- Pronto, sacrifico-me - declarou Morcerf. - Deixo-as e vou ver se haverá maneira de lhe falarem.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 526

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069