O Conde de Monte Cristo - Cap. 55: O major Cavalcanti Pág. 547 / 1080

- Deveras? - redarguiu o major, olhando a vestimenta com certa complacência.

- Sim. Isso usa-se ainda em Via-Reggio, mas em Paris há já muito tempo que esse traje, por muito elegante que seja, passou de moda.

- Que pena! - lamentou-se o lucano.

- Oh, se gosta assim tanto dela poderá tornar a vesti-la quando se for embora!

- Mas entretanto que usarei?

- O que encontrará nas suas malas...

- Como nas minhas malas? Só trouxe uma maleta...

- Consigo, sem dúvida. Para que havia de vir carregado? De resto, um velho soldado gosta de marchar com equipamento ligeiro.

- Foi precisamente por isso...

- Mas como é um homem precavido, mandou as malas adiante e elas chegaram ontem ao Hotel dos Príncipes, na Rua de Richelieu. Foi lá que mandou reservar os seus aposentos.

- Então essas malas?...

- Presumo que tomou a precaução de ordenar ao seu criado de quarto que metesse tudo o que precisava: trajes civis, uniformes militares... Nas grandes circunstâncias usará uniforme; é mais conveniente. E não esqueça as suas condecorações. Em França zomba-se disso, mas toda a gente continua a usá-las.

- Muito bem, muito bem, muito bem! - exclamou o major, que ia de deslumbramento em deslumbramento.

- E agora - disse Monte-Cristo - que o seu coração está preparado para as emoções demasiado vivas, chegou a altura, caro Sr. Cavalcanti, de tornar a ver o seu filho Andrea.

E saudando delicadamente o lucano, deslumbrado, extasiado, Monte-Cristo desapareceu atrás da tapeçaria.





Os capítulos deste livro

Marselha - A Chegada 1 O pai e o filho 8 Os Catalães 14 A Conspiração 23 O banquete de noivado 28 O substituto do Procurador Régio 38 O interrogatório 47 O Castelo de If 57 A festa de noivado 66 Os Cem Dias 89 O número 34 e o número 27 106 Um sábio italiano 120 A cela do abade 128 O Tesouro 143 O terceiro ataque 153 O cemitério do Castelo de If 162 A Ilha de Tiboulen 167 Os contrabandistas 178 A ilha de Monte-Cristo 185 Deslumbramento 192 O desconhecido 200 A Estalagem da Ponte do Gard 206 O relato 217 Os registos das prisões 228 Acasa Morrel 233 O 5 de Stembro 244 Itália - Simbad, o marinheiro 257 Despertar 278 Bandidos Romanos 283 Aparição 309 A Mazzolata 327 O Carnaval de Roma 340 As Catacumbas de São Sebastião 356 O encontro 369 Os convivas 375 O almoço 392 A apresentação 403 O Sr. Bertuccio 415 A Casa de Auteuil 419 A vendetta 425 A chuva de sangue 444 O crédito ilimitado 454 A parelha pigarça 464 Ideologia 474 Haydée 484 A família Morrel 488 Píramo e Tisbe 496 Toxicologia 505 Roberto, o diabo 519 A alta e a baixa 531 O major Cavalcanti 540 Andrea Cavalcanti 548 O campo de Luzerna 557 O Sr. Noirtier de Villefort 566 O testamento 573 O telégrafo 580 Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588 Os fantasmas 596 O jantar 604 O mendigo 613 Cena conjugal 620 Projetos de casamento 629 No gabinete do Procurador Régio 637 Um baile de Verão 647 As informações 653 O baile 661 O pão e o sal 668 A Sra. de Saint-Méran 672 A promessa 682 O jazigo da família Villefort 705 A ata da sessão 713 Os progressos de Cavalcanti filho 723 Haydée 732 Escrevem-nos de Janina 748 A limonada 762 A acusação 771 O quarto do padeiro reformado 776 O assalto 790 A mão de Deus 801 Beauchamp 806 A viagem 812 O julgamento 822 A provocação 834 O insulto 840 A Noite 848 O duelo 855 A mãe e o filho 865 O suicídio 871 Valentine 879 A confissão 885 O pai e a filha 895 O contrato 903 A estrada da Bélgica 912 A estalagem do sino e da garrafa 917 A lei 928 A aparição 937 Locusta 943 Valentine 948 Maximilien 953 A assinatura de Danglars 961 O Cemitério do Père-lachaise 970 A partilha 981 O covil dos leões 994 O juiz 1001 No tribunal 1009 O libelo acusatório 1014 Expiação 1021 A partida 1028 O passado 1039 Peppino 1049 A ementa de Luigi Vampa 1058 O Perdão 1064 O 5 de Outubro 1069