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Capítulo 55: O major Cavalcanti

Página 546

- Bom, agora que está tudo assente, que as suas recordações, mais frescas, o não atraiçoarão, já adivinhou sem dúvida que lhe reservo uma surpresa?

- Agradável? - perguntou o lucano.

- Verifico - disse Monte-Cristo - que se não enganam facilmente os olhos e o coração de um pai.

- Hum!... - resmungou o major.

- Fizeram-lhe qualquer revelação indiscreta ou adivinhou que ele estava cá?

- Que estava cá, quem?

- O seu filho, o seu Andrea.

- Adivinhei - respondeu o lucano, com a maior fleuma do mundo. - Está então cá?

- Aqui mesmo - respondeu Monte-Cristo. - Quando entrou, há pouco, o criado de quarto preveniu-me da sua chegada.

- Ah, muito bem! Ah, muito bem! - disse o major, apertando a cada exclamação os alamares da sua polonesa.

- Meu caro senhor - prosseguiu Monte-Cristo -, compreendo a sua emoção e acho que precisa de tempo para se recompor. Quero também preparar o rapaz para esse encontro tão desejado, porque presumo que ele não está menos impaciente do que o senhor.

- Também me parece - admitiu Cavalcanti.

- Pois bem, daqui a um quarto de hora estaremos consigo.

- Vai trazer-mo? Leva a sua bondade ao ponto de mo apresentar pessoalmente?

- Não, não quero colocar-me de modo algum entre um pai e um filho, estarão sós, Sr. Major. Mas fique tranquilo: mesmo no caso de a voz do sangue ficar muda, não terá nada que se enganar, pois ele entrará por esta porta. É um simpático rapaz louro, talvez um bocadinho louro de mais, de modos corteses... enfim, o senhor verá.

- A propósito - disse o major -, como sabe, só trouxe comigo os dois mil francos que o bom abade Busoni me mandou entregar. Depois disso fiz a viagem e...

- E tem necessidade de dinheiro... É justíssimo, meu caro Sr. Cavalcanti. Tome, para arredondar a conta, mais oito mil francos.

Os olhos do major brilharam como carbúnculos.

- Agora fico a dever-lhe quarenta mil francos - declarou Monte-Cristo.

- V. Ex.a quer um recibo? - perguntou o major, guardando as notas na algibeira interior da sua polonesa.

- Para quê? - volveu-lhe o conde.

- Para abater nas suas contas com o abade Busoni.

- Bom, o senhor dar-me-á um recibo geral quando receber os restantes quarenta mil francos. Entre pessoas honestas semelhantes precauções são inúteis.

- Sim, é verdade - concordou o major. - Entre pessoas honestas...

- Só mais uma palavra, marquês.

- Faz favor.

- Permite-me que lhe faça uma pequena recomendação, não é verdade?

- Como não? Peço-a!

- Não faria mal se deixasse essa polonesa...

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pág. 546 (Capítulo 55)

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 546

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069