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Capítulo 90: O duelo

Página 859

- Para quê, se estava tudo combinado?

- Escute, conde, o caso é grave, inevitável...

- Duvida disso?

- Não. A ofensa foi pública e já todos falavam dela.

- E depois?...

- Depois... esperava conseguir a troca das armas, substituir a pistola pela espada. A pistola é cega...

- E conseguiu-o? - perguntou vivamente Monte-Cristo, com um imperceptível clarão de esperança.

- Não, porque conhecem a sua força à espada.

- Oh! Quem me atraiçoou?

- Os mestres-de-armas que venceu.

- Portanto, falhou?

- Recusaram terminantemente.

- Morrel, já alguma vez me viu atirar à pistola?

- Nunca.

- Bom, ainda temos tempo. Veja...

Monte-Cristo pegou nas pistolas que empunhava quando Mercédès entrara, colou um ás de paus na placa metálica, e em quatro tiros acertou sucessivamente nas quatro extremidades da figura.

A cada tiro, Morrel empalidecia.

Examinou as balas com que Monte-Cristo executava semelhante proeza e verificou que não eram maiores do que chumbo grosso.

- É de arrepiar! - exclamou. - Veja, Emmanuel. Depois, virando-se para Monte-Cristo: - Conde, em nome do céu não mate Albert! O pobre rapaz tem uma mãe!

- É justo, e eu não a tenho - redarguiu Monte-Cristo.

Estas palavras foram proferidas num tom que fez estremecer Morrel.

- O senhor é o ofendido, conde.

- Sem dúvida. Que significa isso?

- Significa que será o primeiro a atirar.

- Sou o primeiro a atirar?

- Oh, pelo menos obtive isso, ou antes, exigi-o! Fizemos-lhes bastantes concessões para que não nos fizessem essa.

- E a quantos passos?

- A vinte.

Um sorriso assustador passou pelos lábios do conde.

- Morrel, não se esqueça do que acaba de ver.

- Por isso - confessou o rapaz - conto apenas com a sua emoção para salvar Albert.

- Eu, emocionado? - redarguiu Monte-Cristo.

- Ou com a sua generosidade, meu amigo. Certo da sua pontaria como está, posso dizer-lhe uma coisa que seria ridícula se a dissesse a outro.

- O quê? - Parta-lhe um braço, fira-o, mas não o mate.

- Morrel, escute também isto: não necessito de ser encorajado a poupar o Sr. de Morcerf. O Sr. de Morcerf, anuncio-lho antecipadamente, será tão bem poupado que regressará tranquilamente com os seus dois amigos, ao passo que eu...

- Ao passo que o senhor?...

- Oh, comigo acontecerá o contrário! Terão de me trazer...

- Porquê, diga! - gritou Morrel, fora de si.

- É como lhe digo, meu caro Morrel: - o Sr. de Morcerf matar-me-á.

Morrel olhou o conde como quem já não percebe nada.

- Que lhe aconteceu desde ontem à noite, conde?

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pág. 859 (Capítulo 90)

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 859

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069