Os Brilhantes do Brasileiro - Cap. 6: VI - Amigos do seu amigo Pág. 27 / 174

- Vamos conversar - respondeu Pantaleão, levando-o de braço dado para a sala.

- Vocês tardaram tanto! - volveu o brasileiro.

- Estivemos à espera que a sua mulher se despachasse lá da polícia; depois, palavra puxa palavra, e deitou-nos a conferência a esta hora - explicou Atanásio, encarregando Pantaleão, por um gesto de cabeça, de ser o relator dos casos acontecidos.

O qual tirou do interior umas palavras, cortadas por pausas que davam à narrativa uns toques de seriedade, prejudicando o índole ridícula da cena.

- Senhor compadre - disse o marido de Francisca Ruiva. - Sua mulher não estava em casa; aqui o amigo

Joaquim foi-lhe na peugada, e soubemos que ela tinha sido chamada à presença do administrador. Esperamos uma hora e pico. Nisto chegou ela e mais a criada. Estávamos sentados no banco do pátio, quando sua mulher deu conosco, e fez-se amarela como esse colete que você traz vestido. Erguemo-nos, fizemos-lhe as nossas cortesias, e disse eu que lhe queríamos uma palavrinha em particular. Mandou-nos subir, e chamou para dentro que nos abrissem a sala de visitas. Entramos, e daí a pouco chegou ela, assim com modos de quem se não importava muito conosco. Sentou-se, e perguntou o que queríamos; não foi isto, amigo Atanásio?

- Tal e qual; é como você diz.

- Eu tomei a palavra, e disse que o meu honrado compadre e amigo velho Hermenegildo Fialho Barrosas nos mandara os três a fim de averiguar a quem a senhora D. Ângela deu um conto seiscentos e cinquenta mil réis de esmola. E vai ela esteve um quase nada a pensar, e respondeu que me não dizia a mim nem a ninguém o que não tinha dito a seu homem, entende o amigo? Depois, aqui o nosso Atanásio tomou a palavra, e começou-lhe a dar práqui-prácolá, porque torna e deixa, a





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