Ali, em Malta, os movimentos da condessa e do oficial não estavam tanto sob o domínio da minha vista. Eu, às vezes, não via a condessa um dia, dois dias, absorto na companhia de alguns oficiais ingleses, em passeios no mar, no campo, em ceias e no jogo. Compreendia porém que aquela paixão da condessa a dominava absolutamente. Ritmel parecia-me também perdidamente namorado.
Não lhe quero dizer, senhor redator, os raciocínios interiores, que me determinaram a ser indiferente àquela situação. Compreenderá claramente os motivos porque resolvi não saber, não olhar, não perceber, isolar-me numa discrição completa e delicada.
Pouco tempo depois de chegarmos a Malta, tínhamo-nos relacionado com lord Grenlei, que estava ali passando o inverno e curando os seus blue devils. Tinha vindo de Inglaterra num lindo yacht, chamado The Romântic, que nós víamos todos os dias na baía bordejar, fazendo reluzir ao sol os seus cobres polidos e o seu esbelto costado branco. Lord Grenlei ligara-se muito com o conde. Era também o íntimo de Ritmel.
Carmen tinha-se encontrado pouco com a condessa, a não ser no teatro, onde a crivava de olhares impertinentes, em plena e altiva indiferença da condessa. Carmen, irritada, não vivendo nas relações de ladies, não a encontrando, como nos sete metros do tombadilho do paquete, sob a ação dos seus largos gestos e das suas ásperas ironias, desforrava-se à mesa de Clarence-Hotel, envolvendo indiretamente Ritmel em toda a sorte de alusões e de palavras causticas. A sua última tática era instigar sempre Mr.