Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 4: CAPÍTULO III

Página 14
CAPÍTULO III

Percebi que saltava da almofada o nosso cocheiro. Ouvi abrir sucessivamente as duas lanternas e raspar um fosforo na roda. Senti depois estalar a mola que comprime a portinha que se fecha depois de acender as velas, e rangerem nos anéis dos cachimbos os pés das lanternas como se as estivessem endireitando.

Não compreendi logo a razão porque nos tivéssemos detido para semelhante fim, quando não tinha caído a noite e íamos por bom caminho.

Isto porém explica-se por um requinte de precaução. A pessoa que nos servia de cocheiro não quereria parar em lugar onde tivesse gente. Se tivéssemos de atravessar uma povoação, as luzes que começassem a acender-se e que nós veríamos através da cortina ou das fendas dos stores, poderiam dar-nos alguma ideia do sítio em que nos achássemos. Por esta forma esse meio de investigação desaparecia. Ao passarmos entre prédios ou muros mais altos, a projeção da luz forte das lanternas sobre as paredes e a reflexão dessa claridade para dentro da carruagem impossibilitava-nos de distinguir se atravessávamos uma aldeia ou uma rua iluminada.

Logo que a carruagem começou a rodar depois de acesas as lanternas, aquele dos nossos companheiros que prometera explicar a F… a razão porque ele nos acompanhava, prosseguiu:

- O amante da senhora a quem me refiro, imagine que sou eu. Sabem-no unicamente neste mundo três amigos meus, amigos íntimos, companheiros de infância, camaradas de estudo, tendo vivido sempre juntos, estando cada um constantemente pronto a prestar aos outros os derradeiros sacrifícios que pode impor a amizade. Entre os nossos companheiros não havia um médico. Era mister obtê-lo e era ao mesmo tempo indispensável que não passasse a outrem, quem quer que fosse, o meu segredo, em que estão envoltos o amor de um homem e a honra de uma senhora.

<< Página Anterior

pág. 14 (Capítulo 4)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Mistério da Estrada de Sintra
Páginas: 245
Página atual: 14

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CARTA AO EDITOR, 1
PRIMEIRA PARTE - EXPOSIÇÃO DO DOUTOR
CAPÍTULO I
5
CAPÍTULO II 10
CAPÍTULO III 14
CAPÍTULO IV 18
CAPÍTULO V 25
CAPÍTULO VI 30
CAPÍTULO VII 37
SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I
44
TERCEIRA PARTE - DE F… AO MÉDICO
CAPÍTULO I
50
CAPÍTULO II 56
CAPÍTULO III 60
QUARTA PARTE - NARRATIVA DO MASCARADO ALTO
CAPÍTULO I
79
CAPÍTULO II 85
CAPÍTULO III 91
CAPÍTULO IV 94
CAPÍTULO V 102
CAPÍTULO VI 108
CAPÍTULO VII 113
CAPÍTULO VIII 118
CAPÍTULO IX 123
CAPÍTULO X 125
CAPÍTULO XI 130
CAPÍTULO XII 134
CAPÍTULO XIII 138
CAPÍTULO XIV 143
CAPÍTULO XV 149
QUINTA PARTE - AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
154
CAPÍTULO II 163
CAPÍTULO III 165
CAPÍTULO IV 170
CAPÍTULO V 182
CAPÍTULO VI 187
SEXTA PARTE - A CONFISSÃO DELA
CAPÍTULO I
190
CAPÍTULO II 195
CAPÍTULO III 197
CAPÍTULO IV 204
CAPÍTULO V 208
CAPÍTULO VI 213
CAPÍTULO VII 217
CAPÍTULO VIII 221
CAPÍTULO IX 226
CAPÍTULO X 231
SÉTIMA PARTE - CONCLUEM AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
236
CAPÍTULO II 240